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Estátuas que inspiraram obra-prima de Ovídio são achadas em Roma

09/01/2013 10h40

As estátuas que podem ter inspirado o poeta latino Ovídio na criação de sua obra-prima, Metamorfoses, foram descobertas por um grupo de arqueólogos na vila romana de seu mecenas Marco Valerio Messalla, que foi cônsul junto com o imperador Otávio Augusto.

Trata-se de sete esculturas maciças de dois metros de altura que ilustram o mito grego de Niobe e os Niobids, a que o poeta romano se referiu em uma das passagens mais célebres de Metamorfoses, obra concluída no século 8 d.C., e que veio à tona graças ao descobrimento.

Frequentador assíduo da casa de campo de seu mecenas, Ovídio pôde contemplar todo o esplendor do grupo escultórico e se inspirar para transferir da escultura à poesia a tragédia do mito de Niobe, cuja soberba foi punida com a morte de seus filhos.

A superintendente de arqueologia do Lácio, Elena Calandra, explicou que existe ainda a hipótese de que o próprio Ovídio tenha sugerido a Mesalla que colocasse as esculturas na piscina do sítio, na cidade de Ciampino (Roma), onde foram encontrados os objetos durante escavações preventivas.

Além de protetor de Ovídio, Valerio Mesalla criou o círculo artístico frequentado por alguns intelectuais e poetas mais importantes da época de Augusto (63 a.C. - 14 d.C.), como Albio Tibullo, de quem o cônsul também foi mecenas.

Para o diretor científico das escavações, Alessandro Betori, a importância da descoberta realizada entre junho e julho de 2012, é que, embora já tenham sido encontradas antes esculturas relacionadas com o mito de Niobe, é a primeira vez que aparece de forma homogênea grande parte do grupo dos Niobids.

Entre as figuras, destaca-se a escultura de Niobe assistindo desesperada à morte de seus filhos e duas de dois jovens que presenciam a morte de seus irmãos.