Estudo indica maior ingerência do governo dos EUA em pesquisas públicas
Washington, 3 Out 2019 (AFP) - As intervenções governamentais do presidente dos EUA, Donald Trump, em instituições públicas de pesquisa chegaram a um "ponto de crise", com violações quase semanais de medidas de segurança anteriormente respeitadas, disse um grupo de especialistas nesta quinta-feira (3).
O relatório do Brennan Center adverte que ignorar a ciência levou a uma política ineficiente e onerosa e que o poder executivo está minando os antigos princípios de não interferência.
Os exemplos incluem desde a pressão exercida sobre um meteorologista de alto nível para apoiar a alegação falsa de Trump sobre o caminho de um furacão até o deslocamento de economistas em todo o país depois que eles disseram que a política comercial da Casa Branca era prejudicial aos agricultores.
"Os funcionários políticos têm a prerrogativa de tomar decisões políticas e até desafiar a ciência e a metodologia de especialistas, mas pesquisas e análises precisas, apolíticas e apoiadas pelo governo devem ser protegidas", afirmou.
O relatório, dirigido pelo ex-procurador americano Preet Bharara e Christine Todd Whitman, chefe da Agência de Proteção Ambiental durante o governo George W. Bush, pede mais controles para manter a integridade científica.
Segundo eles, no governo de Trump a interferência alcançou novos patamares. Eles alertam que essa tendência pode criar um círculo vicioso abrindo caminho para que futuros governos ultrapassem limites.
Em 2018, funcionários do Departamento de Trabalho ordenaram que os pesquisadores revisassem um estudo interno que estimou desfavorável uma proposta de abrir os fundos comuns de gorjetas de trabalhadores de restaurantes para a participação dos gerentes.
O estudo foi descartado porque não convergia com o objetivo político do Departamento.
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