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Expedição científica internacional parte para o Ártico

20/09/2019 09h26

Berlim, 20 Set 2019 (AFP) - A maior expedição científica já realizada no Ártico deve começar nesta sexta-feira com uma missão internacional de um ano para estudar as consequências das mudanças climáticas particularmente tangíveis no Polo Norte, informou o instituto alemão que lidera a iniciativa.

O quebra-gelo "Polarstern" do Instituto Alfred-Wegener de Bremerhaven (noroeste da Alemanha) deve deixar o porto norueguês de Tromsø por volta das 20h30 (15h30 de Brasília) como parte dessa missão chamada "Mosaic".

No total, cerca de 600 cientistas vão se revesar por cerca de 390 dias, com o quebra-gelo percorrendo um total de 2.500 km. As equipes enfrentarão 150 dias de noite polar e temperaturas que podem cair a -45 °C. Além disso, seis pessoas serão responsáveis por localizar e manter afastados os ursos polares.

Os cientistas estudarão a atmosfera, o oceano, o mar de gelo e o ecossistema para coletar dados que mostrarão como as mudanças climáticas estão afetando a região e o mundo.

"Nenhuma outra parte da Terra se aqueceu tão rápido nas últimas décadas quanto o Ártico", disse o chefe da missão e cientista Markus Rex no site do "Mosaic". "É aqui que se localiza o epicentro do aquecimento global e, ao mesmo tempo, até agora entendemos muito pouco sobre essa região".

"Não conseguiremos fazer uma boa previsão do nosso clima se não tivermos prognósticos confiáveis para o Ártico", diz ele.

A situação no Ártico é preocupante. "No começo do ano, tivemos um caso extremo: no centro do Ártico fez mais calor que na Alemanha", ressaltou.

O "Polarstern" será acompanhado por quatro quebra-gelo da Rússia, China e Suécia, além de aviões e helicópteros para reabastecer e permitir às equipes uma rotação.

Sessenta institutos e 19 países estão cooperando neste projeto, que tem um orçamento de 140 milhões de euros e deve coletar pela primeira vez dados abrangentes sobre o clima no Polo Norte.

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