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'Superlua azul de sangue' faz seu show nesta quarta

31/01/2018 13h53

Los Angeles, 31 Jan 2018 (AFP) - Bem próxima, grande e "sanguínea": um eclipse lunar total particularmente raro por seu tamanho oferecia nesta quarta-feira um espetáculo impressionante e visível de uma boa parte do planeta e foi batizado de "Superlua azul de sangue".

Em plena noite, milhares de pessoas se reuniram na Califórnia para ver a lua desaparecer, privada dos raios do sol, antes de reaparecer tingida de vermelho, daí o nome de "lua de sangue".

Também chamada de "azul" porque é a segunda lua cheia em um mês, um nome que se refere à raridade do fenômeno (ocorre em média apenas a cada dois anos e meio), mas não por sua cor.

Alguns esperaram mais de cinco horas na esperança de encontrar um bom lugar no Observatório Griffith, em Los Angeles, que abriu às 3h30 para receber 2.000 espectadores.

O eclipse começou por volta das 3h45 (9H45 de Brasília), com uma sombra escura mordiscando a lua branca. Uma hora depois, ela estava mergulhada na escuridão e então, à medida que se revelava novamente, tons de cobre coloram sua superfície.

O show deve poder ser admirado da América do Norte, Rússia, Ásia e Oceano Pacífico. A maior parte da Europa, África e América do Sul, no entanto, serão privadas pela luz solar.

Na América do Norte, no Alasca ou Havaí, o eclipse foi visível antes do nascer do sol. No Oriente Médio, Ásia, Rússia oriental, Austrália e na Nova Zelândia, o espetáculo acontecia no nascer da lua, ao final da tarde desta quarta-feira.

Um espetáculo que, ao contrários dos eclipses do sol, não precisa de óculos de proteção para ser admirado.

- Presente raro -A tonalidade vermelha da lua, que não produz sua própria luz, resulta de um fenômeno luminoso: os raios do sol que atravessam a atmosfera terrestre são "difundidos" (refletidos), com exceção dos raios vermelhos.

"A cor vermelha que aparece durante um eclipse lunar é muito especial, é um presente raro de poder observar uma lua de sangue", ressalta Brian Rachford, professor associado de física da Universidade Americana de Embry-Riddle Aeronautical.

Este eclipse era particularmente esperado porque reúne "três especificidades ao mesmo tempo", confirma o Observatório de Paris em seu site: não só "azul" e "sanguínea", também foi "super"!

"Super", porque o astro está muito próximo da Terra nesta quarta-feira.

O eclipse ocorreu apenas 27 horas após a lua ter atingido o ponto orbital mais próximo do nosso planeta, chamado perigeu. Apareceu um pouco maior do que o habitual, "cerca de 7% em relação a uma lua média, o que tornará mais fácil distinguir a olho nu as áreas escuras e os contrastes", aponta o Observatório de Paris.

A última "Superlua azul de sangue" ocorreu em 30 de dezembro de 1982 e foi visível na Europa, África e Ásia Ocidental. Para a América do Norte, devemos voltar 152 anos, a 31 de março de 1866, de acordo com os anais. O próximo fenômeno semelhante está agendado para 31 de janeiro de 2037.

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