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Venda de marfim ameaça elefantes africanos de extinção

Enfeites com as presas de marfins de elefantes são exibidas em Pequim, na China. O comércio influência no abate dos animais e pode levá-los a extinção      - Save The Elephants/ AFP
Enfeites com as presas de marfins de elefantes são exibidas em Pequim, na China. O comércio influência no abate dos animais e pode levá-los a extinção Imagem: Save The Elephants/ AFP

09/12/2014 18h46

O massacre de elefantes na África e o comércio de marfim na China estão fora de controle e podem levar à extinção dos animais que vivem em liberdade no período de apenas uma geração, segundo advertência feita nesta terça-feira (9) pelos defensores do meio ambiente.

Quantidades de marfim cada vez maiores são vendidas em um número crescente de lojas de luxo na China, de acordo com denúncias de um relatório conjunto feito pelas associações Save The Elephants e The Aspinall Foundation, que ressalta que mais de 100.000 elefantes do continente africano foram sacrificados entre 2010 e 2012.

"A explosão da demanda de marfim na China - onde o preço varejista das presas dos elefantes triplicou em quatro anos, desde 2010 - desencadeou uma expansão do comércio de marfim contrabandeado que provocou o massacre dos elefantes da África", explicaram as organizações no relatório publicado nessa terça em Nairóbi, no Quênia.

A caça de elefantes, assim como a dos rinocerontes, aumentou consideravelmente nos últimos anos na África, alimentada pela forte demanda de marfim e de chifres na Ásia, onde são buscados por seu aspecto decorativo ou por suas supostas virtudes medicinais, alcançando preços astronômicos que atraem grupos criminosos internacionais e grupos armados.

Os pesquisadores das duas organizações não governamentais visitaram dezenas de lojas e fábricas na China, o principal centro de transformação de marfim. Segundo este documento, o número de lojas de marfim registradas passou de 31 em 2014 a 145 no ano passado, enquanto o número de fábricas de transformação do marfim passou de nove a 37 no mesmo período. A venda ilegal de marfim em lojas sem licença progrediu ao mesmo ritmo.