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Tubarões sobreviveram à Grande Extinção por 120 milhões de anos

Em Paris

29/10/2013 18h19

Uma linhagem de pequenos tubarões pré-históricos, que acreditava-se que tivesse desaparecido na Grande Extinção de 250 milhões de anos atrás, na verdade viveu outros 120 milhões de anos, afirmaram cientistas nesta terça-feira (29) que encontraram amostras fósseis dos minúsculos dentes.

A estranha criatura - que não tinha mais que 30 centímetros de comprimento e, provavelmente, ostentava uma protusão similar a um gancho no lugar da barbatana dorsal - pode ter sobrevivido à calamidade escondendo-se em mares profundos, escreveram os pesquisadores em artigo publicado no periódico Nature Communications.

A pior extinção em massa que o planeta viveu acabou com 95% das espécies marinhas e 70% das terrestres no final do período Permiano, quando se acredita que a Terra tivesse um único continente cercado por um único oceano.

Entre as explicações para a catástrofe estão o impacto de um asteroide que sufocou o planeta em uma nuvem de poeira que ocultou o Sol e fez a vegetação secar ou um período de intensa atividade vulcânica que causou uma mistura letal de chuva ácida e aquecimento global.

Entre as criaturas que se acredita terem desaparecido nesse evento estavam os tubarões com dentição cladodonte, parentes distantes dos tubarões modernos, que tinham mandíbulas com várias fileiras de dentes minúsculos e afiados.

Mas agora, uma equipe de cientistas do Museu Natural de Genebra e da Universidade de Montpellier, na França, encontrou seis dentes desse tipo, que datam do período Cretáceo inferior em sedimentos, perto da cidade dessa cidade do Sul francês. Essa área pode ter ficado submersa durante esse período da história do planeta.

Os dentes, com menos de 2 milímetros, eram de diferentes espécies do tipo cladodontes, agora extintos, que viveram há 135 milhões de anos atrás.

"Nossas descobertas mostram que esta linhagem sobreviveu a extinções em massa, mais provavelmente, por buscar refúgio no fundo do mar durante eventos catastróficos", destacou o estudo.