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Falta de metano frustra expectativa da Nasa de achar vida em Marte

Em Washington

19/09/2013 19h36

As expectativas de encontrar vida em Marte sofreram um revés após novas descobertas do robô Curiosity, da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), que detectou apenas pequenas quantidades de gás metano na atmosfera do planeta vermelho, segundo estudo publicado esta quinta-feira (19).

Na última década, cientistas reportaram grandes "colunas" de metano na atmosfera marciana, em afirmações controversas porque foram feitas com base em observações feitas da Terra e de um satélite em órbita.

Cientistas disseram, em março de 2003, ter encontrado uma nuvem perto do equador marciano que continua 19 mil toneladas de metano. No entanto, a análise de dados dos instrumentos a bordo do Curiosity mostram apenas pequenas quantidades de metano na atmosfera de Marte.

Os cientistas disseram que as descobertas do Curiosity indicaram que o nível máximo de metano foi de 1,3 parte em um bilhão de volume, seis vezes menos que as estimativas prévias.

O baixo nível de metano na atmosfera reduz consideravelmente as possibilidades de que o solo marciano contenha micróbios ou materiais fósseis orgânicos que produzem este gás, afirmaram os cientistas.

Os resultados também reduzem a probabilidade de níveis significativos de metano produzidos em nível geológico ou de meteoritos, segundo Christopher Webster, pesquisador do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), nos Estados Unidos, e coautor do estudo publicado na revista Science.

As colunas de metano identificadas anteriormente podem ter sido resultado de uma interpretação errônea das observações, inclusive as realizadas de telescópios na Terra, segundo os cientistas.

A Curiosity, que pousou no equador marciano em agosto de 2012, já fez observações que indicam que Marte pôde ter abrigado vida microbiana em um passado distante.

Nas últimas semanas, o robô iniciou uma viagem de oito quilômetros com destino ao Monte Sharp, objetivo principal da missão de exploração de dois anos. Espera-se que a viagem dure vários meses e que Curiosity pare no caminho para analisar as formações geológicas.

A região do Monte Sharp é de particular interesse devido às camadas sedimentares que podem revelar quando Marte foi apto para a vida, segundo a Nasa.