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Galáxia mais próxima da Via Láctea está a 163 mil anos-luz de distância

Em Santiago

06/03/2013 18h27Atualizada em 09/04/2013 12h41

Astrônomos conseguiram determinar com uma exatidão sem precedentes que a galáxia mais próxima, a Grande Nuvem de Magalhães, está a 163 mil anos-luz, anunciou o Observatório Europeu do Sul (ESO, em inglês), que opera o Observatório La Silla, no norte do Chile, de onde foram feitas as medições.

"Estou muito emocionado porque os astrônomos estão tentando há cem anos medir com precisão a distância para a Grande Nuvem de Magalhães - e se comprovou que isto é extremamente difícil", disse Wolfgang Gieren, um dos pesquisadores que lidera a equipe. 

"Agora resolvemos este problema com um resultado demonstrável e com uma precisão de 2%", acrescentou Gieren, astrônomo da Universidade de Concepción, situada no sul do Chile.

Além dos telescópios instalados em La Silla, os astrônomos usaram instrumentos de observação ao redor do mundo. Os astrônomos obtiveram a distância da Grande Nuvem de Magalhães, a galáxia mais próxima da Via Láctea, observando um estranho par de estrelas próximas, conhecidas como "binárias eclipsantes", mediante acompanhamento do brilho e de suas velocidades orbitais, o que permite obter distâncias precisas, informou o ESO.

Gieren informou que a descoberta é um passo à frente crucial para entender a natureza da misteriosa energia escura que faz com que a expansão entre a Via Láctea e a Grande Nuvem de Magalhães esteja se acelerando. Os resultados da investigação são publicados na edição desta quinta-feira da revista Nature.

Esta descoberta foi conquistada graças ao uso de instrumentos como o HARPS, usado para obter velocidades extremamente precisas de estrelas relativamente frágeis, e o SOFI, usado com a finalidade de se conseguir as medidas precisas da intensidade do brilho destas estrelas.

Esta equipamento está no Observatório La Silla, instalado a 2.400 metros de altitude no deserto do Atacama, 1.400 quilômetros ao norte de Santiago, e que conta com 18 telescópios. 

O ESO é a principal organização astronômica intergovernamental da Europa e o observatório astronômico mais produtivo do mundo. Quinze países apoiam esta instituição: Brasil, Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Suécia e Suíça.