Quando a TCL anunciou o lançamento de sua nova linha de celulares no Brasil, no final de setembro, o modelo 20B chamou a atenção por se enquadrar em um segmento que costuma ser bastante aquecido: o dos intermediários. Segundo a fabricante, o aparelho tenta democratizar tecnologias de modelos mais caros sem abrir mão de um preço competitivo —é possível encontrá-lo por entre R$ 1.300 e R$ 1.500.

Isso quer dizer também que o TCL 20B tem algumas limitações, sendo a quantidade de lentes em suas câmeras uma das mais óbvias logo de cara. Contra-ataca, porém, com um processador competente e uma tela bastante agradável de ser usada.

Só isso garante o seu lugar num mercado cheio de concorrentes mais bem estabelecidos? Tilt testou uma unidade do aparelho e agora conta como foi a experiência.

TCL 20B

Preço

R$ 1.999 R$ 1.328,97 (Shopping UOL - 04/01/2022)

TILT

3,8 /5

ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

Tela

4,0

A tela é apenas HD+. Não destoa da concorrência, mas a qualidade não é das melhores.

Touch

5,0

Áudio

4,0

Câmera Frontal

3,0

Sem flash dedicado, tirar selfies depende muito de uma boa iluminação.

Câmera Traseira

3,0

Câmera dupla que, na prática, funciona como simples. Desempenho em ambientes escuros é ruim.

Gravação de Vídeo

3,0

Desempenho

4,0

Peso

5,0

Bateria

4,0

Usabilidade

4,0

Design

4,0

Custo x Benefício

2,0

Por preços similares, é possível levar para casa aparelhos com mais recursos.

Pontos Positivos

• Apesar do tamanho, é um celular leve.
• Desempenho para tarefas cotidianas é bom
• Desbloqueio de tela por análise facial dá um ar avançado ao aparelho.

Pontos Negativos

• Custo-benefício não é dos melhores
• Bateria é menor do que boa parte dos concorrentes
• Câmeras deixam a desejar

Veredito

É um aparelho bonito e com um telão chamativo. Oferece um desempenho de acordo com o seu segmento, mas tem nas câmeras seu principal ponto fraco. O maior problema é que ele tenta competir entre bons celulares, de marcas bem estabelecidas, custando quase a mesma coisa --até mais.

O TCL 20B facilmente entra na categoria dos "celularzões", aqueles aparelhos que não economizam quando o assunto é tamanho. São 16,4 cm de comprimento e 7,4 cm de largura, ruim para quem pretende carregar no bolso e bom para quem quer ver filme.

A sua construção segue o padrão do segmento intermediário, com traseira e estrutura em plástico. A traseira, em especial, tem acabamento que imita metal e formato arredondado, o que ajuda bem na hora de segurar o aparelho. O visual geral é bonito e seu peso, de 178 g, não incomoda.

Esse tipo de acabamento é um "imã" para marcas de impressão digital e, após pouco tempo de uso, parece que o celular está mais sujo do que realmente está.

Ali, há o nicho de câmeras (levemente saltado) e um sensor biométrico para digitais.

Nas laterais, o botão liga/desliga divide o mesmo lado com os controles de volume, enquanto na lateral oposta há um botão dedicado ao Google Assistente e a gaveta que abriga o chip SIM e também pode conter um cartão micro SDXC para expansão da memória.

O topo do aparelho, entrada para fones de ouvido de 3,5 mm, o que permite fones convencionais, e na parte inferior, há uma conexão do tipo USB-C.

O TCL 20B não reinventa a roda, mas há uma falha relevante: não há proteção contra água.

Um celular desse tamanho é bom para quem curte vídeos: a tela é enorme e tem 6,52 polegadas (16,56 cm).

A tecnologia é IPS LCD, o que, na prática, permite imagens de boa qualidade em ângulos mais acentuados. A definição HD+ deixa a desejar, especialmente porque faltam recursos para aumentar a taxa de atualização. A experiência é mediana no geral.

O sistema operacional do aparelho conta com um recurso chamado NXTVISION, que permite otimizar parâmetros como brilho e contraste para imagens melhores. Mas não se anime: é um ponto decepcionante do aparelho.

A TCL equipou o celular com um processador Mediatek MT6762 Helio P22, de 2018.

Mesmo sem trazer recursos de ponta, ele se sai melhor do que modelos do mesmo segmento da Qualcomm em alguns testes de desempenho.

O aparelho vem com 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento interno —expansível por meio de cartão de memória.

Na prática, é um celular que funciona de maneira satisfatória na maioria das aplicações, mas que tende a sofrer um pouco em situações mais exigentes, como na hora de rodar games mais pesados.

Durante o teste, o uso convencional do aparelho transcorreu sem travamentos mais pronunciados, apenas uma dose de lentidão —inclusive em downloads—, que é mais perceptível por quem está acostumado a aparelhos de categoria superior.

Utilizando o app de análise de desempenho Geekbench 5, os resultados foram de 828 pontos no teste multi-core (que avalia todos os núcleos do processador em conjunto) e 141 pontos no teste single-core (que analisa o desempenho de um único núcleo).

É um resultado consideravelmente inferior aos obtidos por concorrentes da mesma faixa de preço, como Motorola Moto G30 e Xiaomi Redmi Note 10, que usam chips mais modernos.

Muitos celulares intermediários apostam numa receita de câmeras com múltiplos sensores e números estratosféricos de megapixels, muitas vezes para camuflar o uso de lentes de qualidade mediana. O TCL 20B não vai por essa linha —e isso não é um elogio.

Na traseira, o celular aposta em um formato de lente dupla, com uma lente grande-angular com sensor de 50 MP que atua em combinação com um sensor de 2 MP destinado à profundidade. Na frente, por sua vez, há uma única lente grande-angular de 8 MP.

Os números modestos se refletem em um desempenho igualmente mediano. O TCL 20B depende bastante de ambientes iluminados para capturar boas imagens e, ainda assim, as fotos passam longe de serem as mais ricas em detalhes

Fotos tiradas com o TCL 20B

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Foto tirada com o TCL 20B

Rodrigo Lara

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Foto tirada com o TCL 20B

Rodrigo Lara

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Foto com pouca luz tirada pelo TCL 20B

Rodrigo Lara

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Foto tirada com o TCL 20B

Rodrigo Lara

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Foto com zoom de 4x tirada pelo TCL 20B

Rodrigo Lara

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Selfie tirada com o TCL 20B

Rodrigo Lara

Como é de se imaginar, em situações de pouca luz o desempenho não é dos melhores, com o aparelho demorando para focar e produzindo imagens com boa dose de ruído. Se a foto for de perto, o flash dá uma ajuda, mas não resolve a situação.

A câmera frontal acaba sendo ainda mais dependente de uma boa iluminação para registrar imagens satisfatórias, uma vez que não há flash e tudo que ajuda a iluminar a cena é a tela do aparelho, que exibe uma imagem em branco com alto brilho na hora do disparo.

O tamanho avantajado do TCL 20B não se traduz em uma bateria igualmente grande. São 4.000 mAh, o que a TCL diz ser o suficiente para 19 horas de reprodução de vídeo e 121 horas de reprodução de música em uma única carga. Ainda assim, é um número menor do que o visto em seus principais concorrentes, a maioria na casa dos 5.000 mAh.

É claro que a autonomia de bateria depende bastante do tipo de uso que se faz do aparelho, mas durante o meu teste —que envolveu navegar por redes sociais, ver vídeos e jogar um bocado—, a carga durou pouco mais de um dia. Isso considerando que o celular estava conectado via wi-fi, o que gera menor consumo de energia do que se ele estivesse no 4G.

O lado bom é que o aparelho traz na caixa um carregador rápido, com 18 W de potência, e que consegue preencher até 50% da bateria em 34 minutos. Isso significa que, em uma emergência, você não precisará esperar muito até ter o celular com um bom nível de carga.

O TCL 20B traz alguns recursos interessantes, como o já citado NXTVISION, que dá um gás na qualidade das imagens mostradas na tela.

O que os donos do aparelho mais vão usar, porém, é o desbloqueio por reconhecimento facial. Pode parecer meio redundante, uma vez que o aparelho também possui sensor de impressões digitais na traseira, mas este recurso torna o seu uso mais prático e o aproxima um pouco do que se vê em modelos topo de linha.

Fora isso, este celular traz o trivial e não tem nada que o distancie da concorrência.

No segmento de telefones intermediários, a relação custo-benefício é um ponto crítico. O TCL 20B não é um aparelho que destoa da concorrência quando o assunto é preço, mas isso não joga muito a seu favor.

Encontrado entre R$ 1.300 e R$ 1.500, ele briga com aparelhos de marcas como Motorola e Xiaomi, queridinhos no segmento, e que, muitas vezes, oferecem desempenho superior e mais recursos do que o celular da TCL. Um exemplo é o Moto G50, que pode ser encontrado por preço inferior, tem suporte à conexão 5G, usa Android praticamente puro e tem bateria maior.

Essa é uma disputa que tende a ser um pouco ingrata para esse novato. Quem sabe na próxima?