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Galaxy S21 não é o celular definitivo, mas mantém qualidade e preço alto

Lucas Carvalho

De Tilt, em São Paulo

10/02/2021 04h00

O Galaxy S21 da Samsung, primeiro celular top de linha da marca em 2021, chega ao Brasil nesta terça (9) com preço inicial de R$ 5.999 e como um produto consistente, embora não seja o telefone definitivo. A tela não tem a resolução mais alta, o processador não é o mais poderoso, as câmeras não são as mais versáteis. Mas é um smartphone com um conjunto bastante completo que deve agradar seu público alvo: quem busca um celular de ponta sem ser o iPhone.

Se a linha Galaxy Note realmente for descontinuada, este pode ser o único smartphone premium que a empresa lança este ano —sem contar o dobrável Fold, que serve a um mercado mais exclusivo.

A Samsung lançou três versões do S21: a mais básica, de R$ 5.999; a básica de tela maior, que é o S21+, custando a partir de R$ 6.999; e a superpoderosa e supercara, que é o S21 Ultra, por impressionantes R$ 10.599.

Tilt teve a oportunidade de testar, durante duas semanas, o Galaxy S21 básico. Apesar do preço, dá para dizer que este é o top de linha mais acessível da Samsung atualmente. Mas será que vale a pena?


Galaxy S21

Preço

R$ 5.999 (no lançamento) R$ 3.333,90 (Amazon - 20/06/22) Comprar
TILT
4,7 /5
ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

Embora a resolução não seja a mais alta possível, a qualidade é bem acima da média

As selfies não contam mais com embelezamento forçado e ficaram bem mais autênticas

Fotos com cores vibrantes e bem detalhadas, mas o nível de exposição e suavização pode incomodar algumas pessoas

Vida útil mediana e com tendência a piorar com o passar do tempo

A traseira de plástico torna o celular mais leve, resistente e acumula menos marcas de dedo. O tamanho facilita o uso com uma mão só

Preço de lançamento não condiz com o pacote, mas com o tempo tende a ficar mais barato

Pontos Positivos

  • Pela primeira vez na linha Galaxy S, câmera tripla traseira é bem versátil e consistente em todas as lentes
  • Desempenho é rápido, sem qualquer travamento, engasgo ou lentidão
  • Mesmo sem resolução mais alta possível, tela tem atualização alta (120 Hz) e qualidade acima da média

Pontos Negativos

  • Não há carregador ou fones de ouvido na caixa
  • A bateria é apenas mediana e tende a piorar com o passar do tempo

Veredito

O Galaxy S21 não é o melhor smartphone que a Samsung sabe fazer, mas é consistente. A tela não tem a resolução mais alta possível, mas é suficiente para o olho humano e até acima do média; o processador não é o mais poderoso do mercado, mas é rápido e garante uma experiência sem travamentos e lentidão; as câmeras não são as mais versáteis do mundo, mas entregam fotos de qualidade em quase qualquer situação. Se o preço não te assustar, este é um smartphone que cumpre quase todas as expectativas do público médio.

O UOL pode receber uma parcela das vendas pelo link de compra recomendado neste conteúdo. Preços e ofertas da loja não influenciam os critérios de escolha editorial.

O S21 é um smartphone relativamente pequeno. A tela de 6,2 polegadas (15,7 centímetros de um canto a outro na diagonal) facilita o uso com uma mão só. Como a tela é plana, sem as curvas que vimos no Galaxy S20 do ano passado, a chance de tocar acidentalmente nos cantos é bem menor.

Além disso, a traseira é feita de um plástico fosco em vez do vidro que vemos em celulares desta categoria. Eu prefiro: além de ser mais resistente porque não racha tão fácil quanto o vidro, acumula menos sujeira e marcas de dedo.

O módulo avantajado da câmera traseira pode incomodar, mas nada que uma capinha não resolva. Além disso, ele se integra à moldura de metal que cobre todas as laterais do aparelho, deixando o visual um pouco mais elegante.

Samsung Galaxy S21, celular, smartphone - Lucas Carvalho/Tilt - Lucas Carvalho/Tilt
Imagem: Lucas Carvalho/Tilt

O leitor de impressões digitais integrado à tela agora é bem maior, mais rápido e consistente do que a versão usada no Galaxy S20.

O S21 vem com certificação IP68: pode sobreviver se ficar por até 30 minutos sob 1,5 metro de água. Isso protege o smartphone de acidentes, mas evite levar o aparelho de propósito para a piscina ou lavá-lo na pia.

A tela do Galaxy S21 não é a melhor que a Samsung sabe fazer, mas é muito acima da média. O painel Super Amoled aqui tem resolução Full HD+ (1.080 x 2.400 pixels). Isto significa que ele exibe quase 2,6 milhões de pixels e mais ou menos 421 pixels por polegada. A não ser que você tenha o hábito de contar quantos pixels são visíveis na tela do seu celular, o S21 básico está de bom tamanho.

Samsung Galaxy S21, smartphone, celular, tela, impressões digitais - Lucas Carvalho/Tilt - Lucas Carvalho/Tilt
Imagem: Lucas Carvalho/Tilt

Embora tenha poupado na resolução, a Samsung não economizou na taxa de atualização da tela, que no S21 é de 120 Hertz. Isto significa que o painel exibe até 120 quadros por segundo, o que garante fluidez nas animações e transições do sistema. Se eu tivesse que escolher entre resolução e taxa de atualização, sempre escolheria a segunda opção, assim como a Samsung fez aqui.

Existem duas versões do Galaxy S21 à venda pelo mundo: uma com processador Exynos 2100, produzido pela própria Samsung; e outra com o chip Snapdragon 888, feito pela Qualcomm.

Alguns testes apontam que o modelo com Snapdragon 888, vendido nos EUA, é até 10% mais rápido do que o modelo com Exynos 2100, versão vendida no Brasil. Mas isso faz diferença? Eu não testei a versão com o chip da Qualcomm, mas a versão brasileira não deixa nada a desejar.

Não vi o Galaxy S21 travar ou mesmo engasgar. Trocando rapidamente entre aplicativos pesados, fazendo múltiplas tarefas ao mesmo tempo e até em jogos pesados como "Asphalt 9" e "Free Fire", o desempenho se manteve impecável durante toda a minha experiência.

No Geekbench, aplicativo que mede a velocidade de processadores, o Galaxy S21 fez 1.075 pontos no teste de um só núcleo; e 3.423 pontos com todos os núcleos atuando juntos. O resultado é, em média, quase 20% melhor que o do Galaxy S20 Ultra lançado no ano passado.

O Galaxy S21 vem com três câmeras traseiras: um sensor principal de alta resolução (64 MP); uma lente grande-angular (12 MP) para capturar mais conteúdo numa só imagem; e uma lente teleobjetiva (12 MP) que permite zoom óptico de 3x. A câmera de selfies é de 10 MP.

Não tenho o que reclamar das câmeras do S21. A Samsung tende a exagerar na exposição e na saturação das imagens no modo automático. Se quiser, você pode usar o modo Profissional para configurar melhor suas fotos. Mas de modo geral, as imagens saem com bom nível de detalhe e cores vibrantes.

A câmera grande-angular melhorou bastante e agora produz imagens com resolução mais alta, mais detalhes e menos ruído. As fotos ainda saem com alguma distorção nos cantos, mas em algumas situações essas distorções são até charmosas. Só tome cuidado em fotos de grupos de pessoas: quem estiver nos cantos pode ficar com o rosto deformado.

A câmera teleobjetiva permite um zoom bacana de 3x sem perder qualidade. Acima disso, entra em cena o zoom digital, que nada mais é do que a mesma imagem esticada. Assim como a lente grande-angular, essa foi ajustada para aumentar a resolução, preservar mais detalhes e reduzir ruídos. Não está perfeita, mas já é bem melhor que a do ano passado. Além disso, essa lente pode ser usada como uma lente macro, permitindo fotografar objetos bem de perto sem perder foco.

Galaxy S21: veja fotos feitas com o celular

Falando em truques, a câmera do S21 é cheia deles. A grande novidade é o modo "visão do diretor", que permite gravar vídeos usando duas câmeras ao mesmo tempo —e pré-visualizar todas elas enquanto se filma. Não senti necessidade ou vontade de usar esse recurso, mas é bom saber que eles existem.

Na câmera de selfies, a Samsung merece os parabéns por ir na contramão e pegar mais leve com o software. A linha Galaxy S historicamente exagera na suavização e no embelezador artificial que vinha ligado por padrão, deixando o meu rosto com um aspecto de boneco de borracha. Agora, isso é desligado por padrão, o que permite selfies bem mais autênticas e realistas.

O modo retrato também está bem mais esperto ao separar o primeiro do segundo plano de uma foto, mas o resultado ainda é muito artificial. Já o modo noturno, que ajuda a clarear artificialmente fotos tiradas no escuro, segue como um artifício bem-vindo, embora em algumas situações ainda exagere um pouco.

A bateria do Galaxy S21 talvez seja o ponto mais fraco de todo o aparelho. Não é ruim: deu conta de um dia inteiro de uso intenso, recorrendo à tomada somente na manhã seguinte. Mas é o único quesito em que o smartphone não vai além do básico.

No nosso teste, que deixa um vídeo rodando em looping com a tela cheia, no brilho máximo, wi-fi ligado, sem notificações, 4G e Bluetooth desligados, além de todos os apps de segundo plano fechados, o S21 aguentou 10 horas e 33 minutos. É pouco menos do que o S20 Ultra conseguiu no mesmo teste, mas aquele smartphone tinha uma tela maior, com mais resolução, e uma bateria mais larga.

Para recarregar o aparelho, veio a decepção: o S21 não vem com carregador na caixa. Como não tinha outro celular da Samsung em casa, recorri a um carregador de 30 watts de outra marca. A Samsung diz que é preservar o ambiente e reduzir o custo final do pacote —mesmo que o S21 custe mais caro que o S20 em seu lançamento (R$ 5.500 há um ano).

Galaxy S21 - Lucas Carvalho/Tilt - Lucas Carvalho/Tilt
Imagem: Lucas Carvalho/Tilt

Pelo menos como o S21 usa o conector USB-C, qualquer carregador de celular Android funciona com ele. O lado negativo é que, se você não tiver outro carregador em casa, vai ter que comprar.

No site da Samsung, um carregador simples de 15 W custa R$ 89,10. Já o modelo mais caro e mais rápido, de 45 W, custa R$ 233,10.

Embora seja um dos melhores smartphones Android do mercado brasileiro atualmente, pelo preço de lançamento de R$ 5.999 é muito difícil recomendar o Galaxy S21.

O Galaxy S20 do ano passado tem uma bateria melhor, tela de maior resolução e ainda vem com carregador na caixa. Hoje custa menos de R$ 3.500 e ainda dá conta do recado. Outra opção mais em conta é o Galaxy S20 FE, lançado no fim do ano passado por R$ 4.499, mas que já pode ser encontrado custando menos de R$ 2.700 e é muito semelhante ao S21 em design e tela, além de vir com carregador na caixa.

Como celulares da Samsung tendem a ficar mais baratos em pouco tempo, talvez valha a pena esperar um pouco para comprar o S21. Mas se o preço de lançamento não te assusta, ele deve cumprir com quase todas as suas expectativas em um celular premium.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Especificações técnicas
  • Sistema Operacional

  • Android 11 (One UI)

  • Dimensões

  • 151,7 x 71,2 x 7.9 mm

  • Resistência à água

  • IP68

  • Cor

  • Violeta, prata ou preto

  • Preço

  • R$ 5.999

Tela
  • Tipo

  • Super Amoled

  • Tamanho

  • 6,2 polegadas

  • Resolução

  • 1080 x 2400 pixels

Câmera
  • Câmera Frontal

  • 10 MP (Dual Pixel, 80°, f/2.2, 1.22 µm)

  • Câmera Traseira

  • Ultra Wide (12 MP) + Wide (64 MP) + Teleobjetiva (12 MP)

Dados técnicos
  • Processador

  • Exynos 2100 (Octa-Core de 64 bits, 5 nm, 2,8 GHz + 2,4 GHz + 1,8 GHz)

  • Armazenamento

  • 128 GB / 256 GB

  • Memória

  • 8 GB

  • Bateria

  • 4.000 mAh