CORREÇÃO-Google processa Latam nos EUA por disputa no Brasil sobre vídeo do YouTube
(Corrige no 8º parágrafo para Superior Tribunal de Justiça (STJ), em vez de Supremo Tribunal Federal (STF))
Por Blake Brittain
(Reuters) - O Google, controlado pela Alphabet, processou nesta quinta-feira a Latam Airlines, que tem sede no Chile, em um tribunal federal norte-americano em San Jose, na Califórnia, buscando uma declaração de que os tribunais brasileiros não podem forçar a gigante da tecnologia a remover um vídeo do YouTube nos EUA que acusava um funcionário da companhia aérea de abuso sexual de uma criança.
No processo, o Google disse que a Latam estava tentando "contornar" as proteções à liberdade de expressão previstas na Constituição dos EUA, processando a companhia no Brasil para forçar a remoção do vídeo em todo o mundo.
Porta-vozes da Latam não responderam imediatamente a um pedido de comentário sobre as alegações do Google.
O porta-voz do Google, José Castaneda, disse em um comunicado que a empresa "há muito tempo apoia o princípio legal de que os tribunais de um país têm jurisdição sobre o conteúdo disponível naquele país, mas não sobre qual conteúdo deve estar disponível em outros países".
As empresas de mídia social de direita Trump Media e Rumble entraram com uma ação semelhante na Flórida, em fevereiro, contra um juiz brasileiro que havia ordenado a remoção das contas norte-americanas de um conhecido apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro. No caso, um juiz federal norte-americano decidiu que as empresas não eram obrigadas a cumprir a ordem nos EUA.
De acordo com o processo do Google, o cidadão norte-americano Raymond Moreira, que reside na Flórida, postou dois vídeos no YouTube em 2018 de seu filho de 6 anos descrevendo um abuso sexual que teria sofrido de um funcionário da Latam, enquanto viajava como menor desacompanhado.
Moreira processou a Latam na Flórida em 2020 pelo suposto abuso, o que levou a um acordo confidencial.
A Latam processou o Google no Brasil em 2018, buscando uma ordem para remover o vídeo do YouTube, de propriedade do Google. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) do Brasil deve analisar na próxima semana se tem autoridade para determinar que o Google remova o vídeo do ar em todo o mundo.
O Google pediu nesta quinta-feira ao tribunal da Califórnia que declare que a Latam não pode forçar a gigante da tecnologia a remover o vídeo nos EUA.
(Reportagem de Blake Brittain em Washington)
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