Parlamentares dos EUA pedem revisão de "ameaça" da China em tecnologia fotônica
Por Stephen Nellis
(Reuters) - Um grupo bipartidário de parlamentares dos Estados Unidos pediu ao Departamento de Comércio do país para examinar o que considera como "ameaça" à segurança nacional o desenvolvimento pela China de tecnologia de fotônica em silício, um campo que tem avançado rapidamente e que pode acelerar a inteligência artificial.
Em sua essência, a fotônica em silício depende da luz, em vez de sinais elétricos, para mover informações dentro de sistemas de computador e pode ser usada em sistemas de inteligência artificial em que dezenas de milhares de microprocessadores estão conectados.
As principais empresas de chips de IA, como Nvidia e AMD, publicaram pesquisas sobre como integrar a fotônica em seus chips, enquanto a Lightmatter, startup do Vale do Silício, recentemente arrecadou 400 milhões de dólares para sua tecnologia fotônica, elevando o valor da empresa para 4,4 bilhões de dólares.
A China também tem desenvolvido rapidamente a tecnologia. Nas últimas semanas, a província de Guangdong juntou-se a uma série de programas de financiamento destinados à produção de chips fotônicos na China, de acordo com a mídia estatal.
Nesta segunda-feira, o comitê da Câmara dos Deputados dos EUA sobre a China pediu ao Departamento de Comércio que examine o trabalho do país asiático em fotônica e se isso pode representar uma ameaça à segurança nacional norte-americana. O grupo de parlamentares também pediu análise sobre regras de controle de exportação para proteger os esforços de desenvolvimento dos EUA.
"A natureza de uso duplo da tecnologia fotônica a torna particularmente suscetível ao desvio de uso final militar por atores problemáticos", escreveram os deputados John Moolenaar, republicano, e Raja Krishnamoorthi, democrata.
"A China talvez tenha sido o ator estatal mais rápido a mobilizar recursos e incentivar governos locais e regionais a trabalharem com tecnologia fotônica", disse à Reuters Sunny Cheung, membro associado de estudos sobre a China da Fundação Jamestown, que estuda os esforços da China.
"Recebemos a carta e responderemos por meio dos canais apropriados", disse um porta-voz do Departamento de Comércio.
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