Plataforma de carros usados Kavak estreia no Brasil com investimento de R$2,5 bi
Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A Kavak anunciou nesta terça-feira que está abrindo operações no Brasil com um investimento de 2,5 bilhões de reais para tornar o país seu principal mercado de compra e venda de carros usados até 2022, superando inclusive sua matriz no México.
Segundo o presidente da Kavak Brasil, Roger Laughlin, os recursos serão usados para começar a montar um estoque de até 100 mil veículos no país até ano que vem, dobrar a equipe para mil funcionários até dezembro e inaugurar uma mega centro automotivo em Barueri, na Grande São Paulo.
"O Brasil será nosso principal mercado muito rápido", disse Laughlin, executivo venezuelano confundador da companhia, em entrevista à Reuters.
O anúncio ocorre meses após a startup criada em 2016 para simplificar a compra de carros usados em mercados emergentes, ter recebido em abril um aporte de 485 milhões de dólares em novos fundos, com objetivo principal de estrear no Brasil.
A intermediação dos negócios pela startup inclui crédito - próprio e de bancos - e revisão mecânica e legal, após a qual oferece garantia de dois anos, com possibilidade de devolução dos veículos em 7 dias para clientes insatisfeitos com compras.
Apontado pela Kavak como terceiro maior mercado automotivo do mundo em volume de vendas, atrás de Estados Unidos e China, o Brasil tem visto a proliferação de empresas de base tecnológica para intermediação de compra e venda de veículos seminovos, um mercado altamente fragmentado.
Na chegada, a Kavak dividirá espaço com rivais locais menores como a Volanty e a Karvi, esta da Argentina, que também já receberam dezenas de milhões de reais de aportes de investidores internacionais em capital de risco.
O montante prometido pela Kavak, no entanto, revela uma aposta de muito maior vulto, com a companhia prevendo inaugurar nos próximos meses dezenas de pequenos centros dentro de shopping centers de brmalls, Iguatemi e Multiplan pelo país.
"Há muitas oportunidades de negócios num mercado tão grande como o país e não é qualquer empresa que pode fazer o que pretendemos no Brasil", disse Laughlin, citando possibilidade de a companhia ter capacidade de interlocução com setores como de seguros e de autopeças.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)
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