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Presidente da França troca de celular após caso de programa espião; entenda

O presidente da França, Emmanuel Macron, durante uma entrevista coletiva sobre no palácio presidencial do Elysee, em Paris, França - Thomas Samson/Reuters
O presidente da França, Emmanuel Macron, durante uma entrevista coletiva sobre no palácio presidencial do Elysee, em Paris, França Imagem: Thomas Samson/Reuters

Michel Rose e Dan Williams

Da Reuters

22/07/2021 17h07

O presidente da França, Emmanuel Macron, mudou seu aparelho celular e o número de telefone devido ao caso do spyware Pegasus, disse uma autoridade da Presidência francesa na quinta-feira, em uma das primeiras ações concretas anunciadas em relação ao escândalo.

"Ele tem vários números de telefone. Isso não significa que foi espionado. É apenas segurança adicional", disse a autoridade à Reuters. O porta-voz do governo Gabriel Attal disse que os protocolos de segurança do presidente estão sendo adaptados à luz do incidente.

Veículos de comunicações de vários países relataram esta semana que o spyware Pegasus foi usado para hackear smartphones pertencentes a jornalistas, ativistas de direitos humanos e autoridades de governo em vários lugares do mudo.

Em Israel, onde fica a sede da empresa NSO, que vende o software Pegasus, um parlamentar de destaque disse que uma comissão pode examinar restrições à exportação de spyware.

A NSO afirma que seu software é usado para combater o crime e o terrorismo, e negou qualquer irregularidade.

O jornal Le Monde e a Rádio France relataram na terça-feira que o telefone de Macron estava em uma lista de alvos potenciais para vigilância pelo Marrocos. Os dois veículos disseram que não tiveram acesso ao telefone de Macron e não puderam verificar se o telefone dele foi de fato espionado.

O Marrocos negou as alegações.

Em meio à crescente preocupação da União Europeia com o caso, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse a repórteres em Berlim que o spyware deve ser proibido em países onde não há supervisão judicial.

Israel nomeou uma equipe interministerial para avaliar as reportagens baseadas em uma investigação de 17 organizações de mídia que disseram que o Pegasus foi usado para hackear smartphones usando um vírus que permite a extração de mensagens, grava chamadas e ativa microfones secretamente.

A NSO rejeitou as reportagens, dizendo estarem "cheias de suposições erradas e teorias não corroboradas". A Reuters não verificou o conteúdo das reportagens de forma independente.

(Reportagem de Dan Williams, em Jerusalém, e Michel Rose, em Paris; Reportagem adicional de Myriam Rivet e Sudip Kar-Gupta, em Paris)