Alibaba é acusada de ter sistema que identifica minoria muçulmana na China
O Alibaba Group possui tecnologia de reconhecimento facial que pode identificar especificamente membros da minoria uigur da China, disse a instituição de pesquisa da indústria de vigilância IPVM em relatório.
O relatório surge no momento em que grupos de direitos humanos acusam a China de forçar mais de 1 milhão de uigures muçulmanos a entrar em campos de trabalho forçado e pressionam empresas suspeitas de cumplicidade.
Uma porta-voz do Alibaba Cloud disse que a tecnologia se limitava a testes. "A menção à etnia se refere a um recurso/função que foi usado em um ambiente de teste durante uma exploração de nossa capacidade técnica. Nunca foi usado fora do ambiente de teste."
A China negou repetidamente ter forçado qualquer pessoa a entrar no que chama de centros de treinamento vocacional, e também disse que a região de Xinjiang está sob a ameaça de militantes islâmicos.
A IPVM, sediada nos Estados Unidos, em relatório publicado na quarta-feira, disse que um software capaz de identificar uigures aparece no serviço de moderação de conteúdo Cloud Shield do Alibaba para sites.
O Alibaba descreve o Cloud Shield como um sistema que "detecta e reconhece texto, imagens, vídeos e vozes contendo pornografia, política, terrorismo, anúncios e spam, e fornece verificação, marcação, configuração personalizada e outros recursos".
Um registro arquivado sobre a tecnologia mostra que ela pode realizar tarefas como "inspeção de óculos", "detecção de sorriso", se a pessoa é "étnica" e, especificamente, se é uigur.
Consequentemente, se um uigur transmitir ao vivo um vídeo em um site inscrito no Cloud Shield o software pode detectar que o usuário é uigur e sinalizar o vídeo para revisão ou remoção, disse o pesquisador da IPVM Charles Rollet à Reuters.
A IPVM disse que a menção aos uigures no software desapareceu pouco após a publicação de seu relatório.
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