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Canais do YouTube que lucram com anúncios disseminam alegações de Trump sobre fraude eleitoral

06/11/2020 11h58

Por Paresh Dave

OAKLAND, Califórnia (Reuters) - Pelo menos nove populares canais do YouTube estavam promovendo na quinta-feira acusações falsas sobre fraude eleitoral na eleição presidencial dos Estados Unidos, publicando conteúdo conspiratório que poderia prejudicar a receita de publicidade e assinaturas que obtêm da plataforma de vídeos.

A Reuters encontrou os canais, que variavam de 1.000 a mais de 629.000 inscritos, endossando declarações que áreas de checagem de fatos da Associated Press, Reuters e outras organizações consideraram falsas ou imprecisas.

O YouTube, de propriedade da Alphabet, tem regras que proíbem os canais que usam suas ferramentas de geração de receita de fazer "afirmações que são comprovadamente falsas e podem prejudicar significativamente a participação ou a confiança em um processo eleitoral ou democrático".

O Google disse que está analisando vídeos de nove canais, bem como de outros, e pode suspender anúncios e assinaturas, uma penalidade conhecida como "desmonetização", se forem encontradas violações.

Alegar fraude eleitoral generalizada ou que as cédulas pelo correio não são confiáveis seria uma violação, mas destacar pessoas que dizem ter sofrido fraude eleitoral ou fazer declarações hiperbólicas sobre um partido político "roubar" a eleição, não, disse o Google.

Com a contagem dos votos em andamento em alguns Estados cujos resultados decidirão a acirrada disputa entre o presidente republicano Donald Trump e o candidato democrata Joe Biden, Trump fez acusações infundadas sobre o partido democrata ter fraudado a eleição.

Algumas empresas agora evitam anunciar em conteúdo político no YouTube. Mas o serviço de assinatura, no qual os inscritos podem pagar alguns dólares mensais ao canal por conteúdo exclusivo e mercadorias promocionais, ajudou a compensar a perda de vendas de anúncios.

Entre as alegações citadas por um dos canais, estava a de que vagões, malas e refrigeradores eram usados para contrabandear votos para um centro de contagem. Pelo menos três veículos de comunicação investigaram a alegação e determinaram que os itens transportavam comida para os trabalhadores eleitorais e equipamento fotográfico para uma estação de TV local.