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Pressionado por Trump, Reino Unido deve banir Huawei de redes 5G

Presidente dos EUA, Donald Trump, e premiê britânico, Boris Johnson, em Watford -
Presidente dos EUA, Donald Trump, e premiê britânico, Boris Johnson, em Watford

Paul Sandle e Guy Faulconbridge

De Londres

13/07/2020 09h58

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, deve banir a Huawei das redes 5G do país, em uma decisão que irritará Pequim, mas é apoiada pelo presidente Donald Trump, enquanto os EUA enfrentam a crescente influência econômica e tecnológica da China.

Os Estados Unidos pressionaram Johnson a reverter sua decisão de janeiro de conceder à Huawei um papel limitado nas redes 5G, enquanto Londres ficava apreensiva com a repressão chinesa em Hong Kong, além da percepção de que a China não divulgou todos os fatos sobre o coronavírus.

O Conselho de Segurança Nacional do Reino Unido (NSC), presidido por Johnson, se reunirá na terça-feira para discutir a questão da Huawei. O secretário de mídia, Oliver Dowden, anunciará uma decisão à Câmara dos Comuns no final do dia.

O motivo imediato para banir a Huawei é o impacto de novas sanções dos EUA sobre a tecnologia de chips, que Londres diz afetar a capacidade da empresa de se manter uma fornecedora confiável no futuro.

Não está claro até onde Johnson irá na terça-feira. As operadoras de telefonia já tinham que limitar o papel da Huawei nas redes 5G em 35% até 2023. Agora, está sendo discutido o corte total da empresa após um período adicional de dois a quatro anos, embora algumas empresas do setor tenham avisado que ir rápido demais pode atrasar a tecnologia e prejudicar seus serviços.

Questionado sobre a Huawei em junho, Johnson disse que protegeria a infraestrutura crítica de "fornecedores estatais hostis". O secretário da Justiça, Robert Buckland, disse nesta segunda-feira que a "prioridade" da decisão seria a segurança nacional.