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Vendedores da darknet anunciam máscaras N95 e cobram em bitcoin, dizem pesquisadores

06/04/2020 13h25

Por Tom Wilson

LONDRES (Reuters) - Sites de compras da darknet, que vendem drogas e cartões de crédito clonados, entre outras coisas, estão agora oferecendo máscaras faciais e outros produtos relacionados ao coronavírus, utilizando bitcoin como forma de pagamento, disseram pesquisadores nesta segunda-feira.

Sites que indexam vendedores de lugares como Estados Unidos, Europa e Rússia, surgiram à medida que a demanda por equipamentos de proteção aumenta durante a pandemia, mostrou uma pesquisa da empresa de análise de blockchain Elliptic.

Os mercados da darknet são sites de comércio eletrônico projetados para não serem encontrados por mecanismos de busca comuns. Eles são populares entre criminosos, já que compradores e vendedores não são rastreáveis e o pagamento é feito anonimamente em criptomoedas como o bitcoin.

Na darknet, nas últimas quatro semanas, um novo mecanismo de busca conhecido como "Recon" indexou listagens de produtos relacionados ao coronavírus à venda em alguns dos principais mercados, disse a Elliptic.

"Esses fornecedores são oportunistas, aproveitando qualquer chance para fornecer bens difíceis de obter em outros lugares", afirmou a empresa.

Centenas de anúncios de máscaras N95 apareceram recentemente, disseram os pesquisadores, com preços variando bastante. Alguns fornecedores da darknet estão vendendo máscaras N95 por quase 9 euros cada, enquanto outros estão oferecendo os mesmos itens no atacado por 1,50 dólar cada.

Os vendedores também estão oferecendo kits de teste de coronavírus, com um post oferecendo "tiras de teste COVID-19", não especificadas e não verificadas, por mais de 90 dólares cada. Outros estão vendendo o remédio cloroquina como uma suposta cura para o coronavírus, fazendo referência às declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre seu potencial.

Embora não seja possível confirmar se esses itens são genuínos, disse a Elliptic, cerca de dois terços dos vendedores poderiam ser considerados "autênticos", dadas as classificações dos usuários e o grande número de vendas anteriores.

Mais de um terço dos que vendem itens relacionados ao coronavírus geralmente se concentra na venda de medicamentos ou equipamentos relacionados, enquanto 45% vendem itens relacionados a fraudes, como serviços hackers ou dinheiro falso, afirmou a Elliptic.