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Huawei diz que China retaliará contra novas restrições dos EUA

Aly Song/Reuters
Imagem: Aly Song/Reuters

31/03/2020 11h06

A Huawei alertou nesta terça-feira que 2020 será seu ano mais difícil devido a restrições comerciais norte-americanas que afetaram suas vendas no exterior em 2019 e previu que o governo chinês retaliaria contra os Estados Unidos.

A maior fabricante mundial de equipamentos de telecomunicações emitiu o alerta ao reportar o menor crescimento anual do lucro em três anos. A empresa disse que Pequim pode reagir às medidas norte-americanas para restringir as vendas de chips para a Huawei, restringindo as vendas de produtos dos EUA na China e passando a utilizar fornecedores alternativos na China e na Coreia do Sul.

"O governo chinês não ficará parado e vendo a Huawei ser massacrada", disse o presidente do conselho administrativo Eric Xu a repórteres na divulgação do resultado anual da Huawei.

"Por que o governo chinês não proibiu o uso de chips 5G ou estações base alimentadas por chips 5G, smartphones e outros dispositivos inteligentes fornecidos por empresas norte-americanas, por razões de segurança cibernética?"

Os EUA alegam que o governo chinês poderia usar os equipamentos da Huawei para espionagem, acusação negada pela empresa.

Após colocar a Huawei em uma lista negra comercial no ano passado, o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, está preparando outras medidas que tentarão restringir o fornecimento de chips à empresa, disseram fontes familiarizadas com o assunto neste mês.

Uma das fontes disse que a mudança de regra visa reduzir as vendas de chips para a Huawei da Taiwan Semiconductor Manufacturing, maior fabricante terceirizada de chips do mundo e grande produtora de chips para a divisão HiSilicon da Huawei.

"Mesmo que essa situação que você mencionou aconteça, a Huawei e também outras empresas chinesas podem optar por comprar chipsets da Samsung da Coreia, da MTK de Taiwan e (da Unisoc) da China, e usar essas empresas para desenvolver chips", disse Xu da Huawei.

A Huawei disse que o lucro líquido de 2019 foi de 62,7 bilhões de iuanes (8,9 bilhões de dólares), um aumento de 5,6% - o crescimento mais fraco em três anos e abaixo do salto de 25% do ano anterior.

A receita total aumentou 19%, para 858,8 bilhões de iuanes, ajudada por um salto de 34% nas vendas de sua unidade de consumo, que inclui smartphones.

Isso foi impulsionado principalmente pela China, onde as vendas subiram 36,2%, para 506,7 bilhões de iuanes. Por outro lado, as receitas da região Ásia-Pacífico, excluindo a China, caíram 13,9%, enquanto as vendas na Europa e no Oriente Médio cresceram apenas 0,7%.