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Em breve: smartphones que promovem "valores russos"

25.ago.2015 - Visitante exibe celular com imagem do presidente russo, Vladimir Putin, estampada na capa, durante o Salão Internacional de Aviação e Espaço em Zhukovsky, nos arredores de Moscou - Maxim Shemetov/Reuters
25.ago.2015 - Visitante exibe celular com imagem do presidente russo, Vladimir Putin, estampada na capa, durante o Salão Internacional de Aviação e Espaço em Zhukovsky, nos arredores de Moscou Imagem: Maxim Shemetov/Reuters

Tom Balmforth e Nadezhda Tsydenova

Moscou (Rússia)

24/01/2020 16h42

Softwares pré-instalados em smartphones e outros dispositivos vendidos na Rússia devem ser moralmente corretos e apoiar os valores tradicionais da Rússia, de acordo com novos projetos de lei.

O presidente russo, Vladimir Putin, assinou uma lei no ano passado que exige que todos os smartphones, computadores e Smart TVs vendidas no país sejam vendidos com softwares russos pré-instalados.

O Serviço Federal Antimonopólio agora elaborou diretrizes descrevendo que tipos de softwares podem ser obrigatórios dos aparelhos.

Um projeto do governo visto pela Reuters afirma que esse software deve ajudar na "formação da prioridade dos valores espirituais e morais tradicionais da Rússia". Deve ser popular e seguro.

As regras preliminares dizem que software e aplicativos podem ser apresentados para consideração por empresas privadas, entidades estatais ou pelo banco central. ElAs devem ser finalizadas até o final do mês, depois discutidas com os participantes do mercado e submetidas ao governo para adoção em março.

Os defensores dos requisitos para os softwares esperam que isso ajude as empresas de tecnologia russas a competir com concorrentes estrangeiras. Mas a lei foi contestada pelos varejistas de eletrônicos do país, que disseram que ela havia sido aprovada sem que fossem consultados.

A Rússia introduziu leis mais rigorosas da internet nos últimos anos, exigindo que os serviços de pesquisas excluam alguns resultados, que serviços de mensagens compartilhem chaves de criptografia com agências de segurança e que redes sociais armazenem dados de usuários em servidores no país.