Carros voadores podem tirar investidores de transportes terrestres
Por Paul Lienert
DETROIT, Estados Unidos (Reuters) — Os táxis elétricos aéreos, conhecidos erroneamente como "carros voadores", poderão tirar milhões de dólares em investimentos das startups de transporte terrestre em 2020, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira.
O nascente negócio de táxis elétricos aéreos "tem o potencial de modificar significativamente o cenário da mobilidade urbana", mas ainda enfrenta obstáculos significativos em relação à sua comercialização e à lucratividade, de acordo com o Emerging Technology Outlook 2020, do site PitchBook.
A empresa de pesquisa previu que as startups de táxi aéreo, como a Joby Aviation, com sede no Vale do Silício, e a alemã Lilium Aviation, poderão captar um nível recorde de investimentos em 2020, apesar de uma pausa no financiamento em 2019.
O PitchBook avalia a Joby em 450 milhões de dólares e a Lilium em 576 milhões. Até o momento, a Joby captou mais de 128 milhões de dólares de investidores, incluindo de Intel, JetBlue Airways e Toyota. A Lilium levantou mais de 100 milhões, com a chinesa Tencent como principal investidora. A Daimler e Geely Automotive investem em uma terceira empresa do segmento, a alemã Volocopter, que também levantou cerca de 100 milhões de dólares e é avaliada em 250 milhões.
Os carros voadores possuem várias formas e tamanhos, e muitos parecem bem diferentes de aeronaves convencionais de asa fixa. Os motores elétricos substituem os motores a jato e as aeronaves verticais de decolagem e pouso (VTOL), projetadas para não precisarem de pistas longas, têm asas rotativas e, em alguns casos, rotores no lugar de hélices.
É provável que os táxis elétricos aéreos voem em rotas de nível baixo, especialmente entre as cidades, aliviando o congestionamento nas estradas. Mas eles potencialmente aumentarão o congestionamento no tráfego aéreo à medida que se tornem mais populares.
A pesquisa do PitchBook observa que a indústria nascente, embora represente uma ameaça de longo prazo para as empresas de transporte terrestre, ainda enfrenta obstáculos regulatórios e tecnológicos que exigirão mais tempo e capital para serem resolvidos.
O potencial que os táxis aéreos têm para reduzir drasticamente os custos operacionais e de manutenção deve atrair milhões a mais em financiamento para ajudar a compensar as enormes cifras queimadas e a falta de receita.
A Lilium está buscando 500 milhões de dólares de investidores - mais do que o total investido em todo o setor desde 2009, segundo o PitchBook.
"Precisamos estar na primeira fila dessas oportunidades" para investir em startups de táxi aéreo, disse Jim Adler, chefe da Toyota AI Ventures, que investiu na Joby. "Se carros voadores acontecerem, a Toyota estará lá."
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