Acordo entre Alibaba e Auchan ameaça negócio do Carrefour na China
Por Dominique Vidalon
PARIS (Reuters) - Uma parceria entre o varejista francês Auchan e o gigante da Internet Alibaba pode deixar o Carrefour ainda mais para trás na China e levar seu novo presidente-executivo a vender os negócios no país asiático.
Alexandre Bompard assumiu o comando do Carrefour, segundo maior varejista do mundo depois do Wal-Mart, em julho e, no dia 23 de janeiro, revelará seu plano de reestruturação para a empresa francesa, que alertou em agosto para uma queda no lucro operacional em 2017.
Bompard tem que decidir se continua ou deixa a China, onde o Carrefour passou anos tentando reparar um negócio cujas vendas caíram 5,4 por cento no terceiro trimestre deste ano, em meio à feroz competição de atores locais e um dinâmico mercado online.
Perguntado sobre sua decisão sobre o mercado chinês, o executivo disse à Reuters durante uma conferência de investimento em Paris nesta terça-feira: "Vou falar sobre isso em breve", confirmando que isso ocorreria na apresentação de janeiro.
"Até agora, os únicos varejistas ocidentais que se estabeleceram com sucesso no país fizeram por meio de parcerias com varejistas locais, como o Auchan com o Sun Art Retail", disseram em nota analistas da Bryan Garnier.
"Uma combinação de off-line e online também é uma opção, como visto com os acordos recentes entre o Wal-Mart e JD.com ... e Auchan e Alibaba ... Na falta de conclusão rápida de tal parceria, uma decisão pode ser tomada para vender ativos do Carrefour na China ", acrescentaram.
Na segunda-feira, o Alibaba anunciou um investimento de 22,4 bilhões de dólares de Hong Kong (2,9 bilhões de dólares) em uma fatia do Sun Art, principal operador de hipermercados da China, no qual o Auchan também possui a maior participação.
O Carrefour tem tentado se reposicionar na China, que responde por 5 por cento das vendas do grupo, com foco em grandes hipermercados. O grupo se expandiu para o comércio eletrônico e lojas de conveniência e abriu centros de logística para reduzir os custos.
O ex-presidente-executivo do Carrefour Georges Plassat disse, repetidamente, que o Carrefour ficaria na China e não descartou um acordo com um parceiro local, embora nada tenha se concretizado.
(Por Dominique Vidalon)
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