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Compra da Qualcomm pode colocar Broadcom contra a Intel na disputa por carro conectado

08/11/2017 15h31

(Reuters) - Se a oferta de 103 bilhões de dólares da Broadcom pela Qualcomm for aceita, o negócio pode gerar uma batalha com a Intel pelo domínio da produção da próxima geração de chips de comunicação que terá papel vital nos chamados carros conectados.

Veículos de todos os tipos já estão começando a adicionar chips sem fio para baixar tudo, desde mapas até programas de entretenimento, e em alguns anos quase todos os novos carros devem estar conectados. Carros com direção autônoma, que dispensam motoristas, que ainda estão sendo testados, devem acelerar esse movimento.

"A quantidade de chips por carro vai crescer dramaticamente", disse o principal analista de tecnologia automotiva da IHSMarkit, Egil Juliussen.

Fabricantes de chips estão tentando criar novas redes móveis, a chamada quinta geração, que ligará telefones, carros, drones e até dispositivos industriais, como luzes de rua inteligentes, que contam o número de pedrestres e enviam os dados para os planejadores municipais.

A Qualcomm é há muito tempo a principal fabricante de chips de comunicações para celulares, embora a fabricante de chips de computadores Intel tenha começado a mostrar força neste campo. Cada uma delas fornece cerca da metade dos chips de comunicação do iPhone da Apple, por exemplo.

Agora elas estão lutando em um mercado maduro para projetar as chamadas redes 5G, previstas para serem lançadas em 2020 e que devem ser até 10 vezes mais rápidas que as atuais redes sem fio. A empresa de pesquisa IDC prevê 1,53 bilhão de telefones inteligentes serão vendidos em 2017, com expansão para 1,77 bilhão de unidades em 2021.

O mercado de chips para carros, em contrapartida, deve crescer acentuadamente. Tristan Gerra, analista sênior de semicondutores de Robert W. Baird, disse que neste ano apenas cerca de 12 milhões dos 90 milhões de carros fabricados têm conectividade com a Internet. Mas a conectividade se tornará onipresente nos carros autônomos.

"Você basicamente terá 80 milhões de unidades por ano que receberão um modem", disse ele.

Intel e Qualcomm não quiseram comentar.

(Por Stephen Nellis)