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Não é só no Brasil: Facebook nega relutância em entregar dados na Alemanha

Caroline Copley

Em Berlim

08/08/2016 12h45

O Facebook rejeitou nesta segunda-feira (8) acusações feitas por autoridades alemãs de que está relutante para cooperar em investigações criminais. A rede social afirmou que muitos dos pedidos de informação que recebeu foram incorretamente formulados.

Vários ministros regionais da Alemanha têm reclamado que o Facebook está hesitante aos responder pedidos de informações e vêm pedindo para o Ministério da Justiça criar novas leis.

O Facebook afirmou que forneceu assistência às autoridades na Bavária após ataques violentos registrados em Munique, Wuerzburgo e Ansbach no mês passado.

Um porta-voz do Ministério da Justiça afirmou que a pasta está examinando se há necessidade de mudar a legislação ou se há um problema com sua implementação.

Uma recente escalada de ataques na Alemanha ressaltou a importância de trabalho conjunto com redes sociais pelas agências de segurança na descoberta de possíveis vínculos com grupos militantes.

A polícia afirmou que o responsável pelo ataque a bomba em Ansbach no mês passado tinha seis contas no Facebook, incluindo uma criada sob identidade falsa. Traços de uma conversa por texto encontrada no celular do suspeito também sugerem que ele era influenciado por uma pessoa não identificada até o momento do ataque, afirmou o Ministério do Interior da Bavaria.

O chefe da agência de espionagem da Alemanha pediu nesta segunda-feira por uma troca mais intensa de informações entre redes sociais e agências de segurança no combate ao terrorismo.

"Redes sociais são um importante método de comunicação entre jihadistas. Portanto, uma cooperação mais próxima entre agências de segurança e operadores de redes sociais é necessária", afirmou o diretor da agência de inteligência alemã BfV, Hans-Georg Maassen, ao jornal Rheinische Post.

O Facebook produziu dados para 42 por cento dos pedidos de autoridades na Alemanha relacionados a crimes no segundo semestre de 2015 comparado com índice de 54 por cento na França e 82 por cento na Grã-Bretanha. A empresa afirma que os pedidos rejeitados foram excessivamente amplos ou vagos.