Falha no WhatsApp permite acesso a contas de números cancelados

A OAB-RJ entrou com uma ação contra Meta por uma falha no WhatsApp. Segundo a entidade, a demora na desvinculação da conta a um número cancelado permitiria que alguém acesse a conta do último dono do perfil. Questionada, a Meta disse que não comentaria o caso.

O que aconteceu

Ação civil pública movida pela OAB-RJ aponta para "falha sistêmica" do WhatsApp. Registrada em 30 de outubro, a ação, de forma resumida, diz que a plataforma de mensagem não desvincula um número telefônico cancelado logo de cara, criando uma "janela de vulnerabilidade".

Mesmo após linha ser cancelada, o WhatsApp continua ativo. Depois de uma linha ser cancelada, o número associado pode ser atribuído a um novo depois de um prazo de 180 dias. Isso cria uma "janela de vulnerabilidade", na qual golpistas podem acessar dados e informações do ex-titular da conta via Wi-Fi.

Isso ocorre, segundo a ação civil pública, pois não há desvinculação imediata da conta cancelada ao WhatsApp. A OAB-RJ argumenta que o WhatsApp dispensa a verificação em duas etapas após apenas 7 dias, o que facilita o acesso à conta antiga por terceiros.

Questões de privacidade e facilitação para aplicar fraudes e golpes. Entidade argumenta que como está, terceiros podem acessar mensagens e grupos, o que viola privacidade e permite acesso indevido a dados. Sem contar que pessoas mal-intencionadas podem usar essas contas para cometer crimes e a culpa ficar para quem teve a linha cancelada.

Com o WhatsApp ainda ativo, criminosos podem aplicar diversos crimes virtuais, entre eles o golpe do falso advogado, que tem feito vítimas por todo o Brasil
Ana Teresa Basílio, presidente da OAB-RJ, em comunicado

Recomendação é que WhatsApp desative contas em até 48 horas após cancelamento das operadoras. A OAB-RJ sugere que companhia implemente um sistema que consulte as listas de números cancelados das operadoras, garantindo a imediata desativação da conta. A Conexis, que representa as operadoras, também já fez alerta para este problema.

Consultada sobre a ação civil, a Meta informou que não comentaria o caso.

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