Como funcionam os sistemas de gatonet, que estão saindo do ar

Desde o fim de semana, usuários de serviços de pirataria como My Family Cinema, Eppi Cinema, TV Express, Duna TV, entre outros, estão reclamando que plataformas estão fora do ar.

O que se sabe sobre o funcionamento dessas plataformas?

Serviços são aplicativos que rodam em TVs boxes piratas e smartphones. Em alguns casos, esses apps já vêm instalados nas caixinhas de TV, que contam com uma versão básica do Android sem os mecanismos de proteção do Google. A Anatel tem uma página que indica os modelos homologados e seguros.

Geralmente, serviços são grátis por um tempo e depois exigem pagamento. Há planos de assinatura mensal, semestral e até anual. Em alguns casos, há até a possibilidade de assinatura vitalícia.

Por serem pagos, alguns usuários aparentemente não sabem que usam pirataria. A maior prova disso é que há centenas de queixas em páginas como o ReclameAqui, de pessoas que esperam obter uma resposta do fornecedor.

Imagem mostra TV com mensagem de erro do serviço Duna TV
Imagem mostra TV com mensagem de erro do serviço Duna TV Imagem: Reprodução

Serviços de gatonet contam com canais por assinatura ou "Netflix piratas". A estrutura mais comum é haver um servidor central pirata que transmite sinais de TV capturados (Duna TV e TV Express) ou libera o acesso a arquivos de filmes e séries (My Family Cinema e Eppi Cinema).

Por que é difícil combater o gatonet? Os serviços atualizam sua lista de servidores de tempos em tempos. Assim, quando um é desativado, o usuário é direcionado para outro que está operante. Muitas vezes, esses servidores são hospedados fora do país, o que degrada e atrasa transmissões ao vivo — por isso, em muitas dessas soluções em eventos ao vivo, o sinal chega muito atrasado.

Por que serviços estão caindo?

Operação realizada na Argentina encontrou núcleo de marketing e vendas de vários serviços. No fim de agosto, unidade especializada em cibercrime de San Isidro, na província de Buenos Aires, fez buscas em três edifícios que distribuíam pirataria. A ação teve apoio da Alianza, associação da indústria audiovisual que combate a pirataria na América Latina.

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Serviços começaram a sair do ar durante o último fim de semana. Segundo a Alianza, processo correm em segredo de Justiça e principal tese é que desativação ocorre conforme o Ministério Público da Argentina avança nas investigações contra a organização.

Não é possível saber números de pessoas afetadas, porém operação a Argentina contabilizou 4,6 milhões de assinantes pagos do Brasil. Ao todo, foram detectados 6,2 milhões de assinantes. Portanto, a maior parte da operação tinha como clientes usuários brasileiros. Estima-se que organização movimenta entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões anualmente.

Argentina foi escolhida como hub por alta capacidade técnica a preços não tão caros. Segundo Jorge Bacaloni, presidente da Alianza, essas foram as principais razões de o país abrigar a operação. País concentrava operação de marketing e vendas, enquanto a administração, finanças e TI ficam na China.

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