China reage: agora, é ela quem diz 'não' aos chips de IA dos EUA

(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts)

A China decidiu restringir a compra de chips de inteligência artificial dos Estados Unidos, especialmente da Nvidia, em resposta aos embargos históricos impostos por Washington. No novo episódio do DEU TILT, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz explicam como a medida acelera a autonomia tecnológica chinesa e pode redefinir o cenário global de semicondutores.

A disputa por chips de ponta, essenciais para treinar sistemas de IA, se intensificou depois que os EUA passaram a limitar exportações e vender versões enfraquecidas à China. Agora, Pequim afirma não querer mais esses produtos, apostando na produção interna e no fortalecimento de sua própria indústria de tecnologia.

A China cansou desse vai e vem. Podemos achar que a briga com a China em diversas áreas é só uma política do governo Trump, mas isso vem desde o governo Obama
Helton Simões Gomes

Diante das restrições, a Nvidia chegou a criar chips com capacidade reduzida para exportar à China. Mas, como explica Diogo Cortiz, o governo chinês decidiu interromper até mesmo essas compras, apostando no avanço de empresas locais.

Isso fez com que a Nvidia criasse chips um pouco inferiores, com menos capacidade de processamento de dados para voltar a exportar para a China. E agora a China falou: 'não quero'. Esse é o movimento que mudou o jogo
Diogo Cortiz

Helton destaca que o desenvolvimento de processadores e CPUs na China vem avançando, ainda que o desempenho não alcance totalmente o nível americano. Ele compara o momento atual ao que ocorreu após a saída do Google do país, quando empresas locais se consolidaram e passaram a competir globalmente.

Quando a China inviabilizou a presença do Google por lá, surgiram Baidu, Alibaba, WeChat, ou seja, várias empresas que hoje são gigantescas dentro da China e começam a atuar fora do país. Imagina quando o Alibaba começar a vender os chips que eles estão fazendo, que são quase equivalentes ao chip mais fraco da Nvidia, para o resto do mundo?
Helton Simões Gomes

Diogo lembra que, embora a indústria chinesa ainda esteja atrás em design, manufatura e litografia, o país já produz chips próximos aos americanos. Segundo ele, relatórios estratégicos indicam que essa diferença deve diminuir consideravelmente na próxima década.

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Vários institutos de pesquisa e think tanks que produzem esses relatórios mais estratégicos colocam que, num horizonte de 5 a 10 anos, essa diferença dentro da indústria de semicondutores e litografia dos Estados Unidos para a China deve encurtar. Então a China terá uma capacidade não só de design, mas também de produção
Diogo Cortiz

EUA usam tática chinesa ao criar 'TikTok made in USA', e Trump agrada os amigos

O controle do TikTok nos Estados Unidos virou peça-chave na disputa entre EUA e China, com aliados de Donald Trump tentando assumir o comando do aplicativo.

Ainda no governo Joe Biden, os Estados Unidos baniram o TikTok. Obviamente, isso não impediu ninguém de publicar dancinhas ou vídeos engraçadinhos, porque esse banimento foi suspenso algumas vezes, tanto é que ainda hoje o aplicativo funciona lá. Só que essa peleja está prestes a chegar a uma resolução, com uma solução curiosa de inspiração chinesa
Helton Simões Gomes

Desde 2024, o governo americano pressiona a ByteDance, dona chinesa do TikTok, a vender a operação do app no país para um grupo de empresas americanas ou de países aliados. O argumento é de segurança nacional e privacidade de dados, já que o TikTok é controlado por uma companhia chinesa.

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Brasil regula redes, mas deixa lacunas abertas difíceis de solucionar

O Brasil deu o primeiro passo para exigir verificação de idade nas plataformas digitais e redes sociais, após a sanção do ECA Digital. No novo episódio de DEU TILT, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz explicam como o país tenta equilibrar regras rígidas e incentivos para o setor de tecnologia.

O governo transformou a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) em agência reguladora, que agora precisa se estruturar para fiscalizar as novas regras. Ao mesmo tempo, antecipou isenções fiscais para data centers, favorecendo grandes empresas e atiçando o debate sobre direitos autorais e remuneração de conteúdo na tramitação do PL da IA.

E não é que, enfim, saiu a regulação das redes sociais e plataformas digitais aqui no Brasil? A gente tem falado bastante do assunto aqui em Deu Tilt, desde quando o programa começou, de PL da IA, ECA digital, de medida provisória para datacenters e, enfim, essas coisas começaram a caminhar.
Helton Simões Gomes

Meta Vibes e ChatGPT Pulse: IA quer sair do chat para invadir seu dia

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O Meta Vibes e o ChatGPT Pulse mostram como a inteligência artificial está entrando de vez na rotina digital. No novo episódio do DEU TILT, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz explicam como essas novidades aproximam a IA do dia a dia das pessoas.

Enquanto o Meta Vibes aposta em vídeos curtos gerados por IA, o Pulse, da OpenAI, transforma o ChatGPT em um assistente proativo, capaz de enviar notificações e agir sozinho para informar e lembrar o usuário. A disputa entre as big techs esquenta, e cresce o debate sobre o impacto do conteúdo sintético na web.

ChatGPT Pulse e Meta Vibes foram dois lançamentos de produtos para tentar colocar a inteligência artificial mais próxima das pessoas, do dia a dia dos usuários
Diogo Cortiz

DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.

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