Como a gigante Nvidia foi parar no centro da disputa entre EUA e China

A gigante de tecnologia Nvidia está no centro da disputa comercial entre EUA e China, que ganhou novos capítulos nos últimos dias. A companhia é a maior fabricante de chips do mundo e seus produtos são largamente usados por empresas de inteligência artificial.

Entenda

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma nova tarifa de 100% para produtos chineses. O americano ainda indicou que, a partir de novembro, vai impedir a venda de qualquer software dos EUA considerado como estratégicos para o mercado da China.

O anúncio ocorreu depois que a China anunciou restrições à exportação de terras raras, inclusive para a fabricação de chips. A China também anunciou novas taxas para navios americanos e uma investigação antimonopólio contra a fabricante de chips Qualcomm. A China é responsável por 70% das terras raras do mundo.

As restrições afetam a produção de gigantes como Nvidia e Apple. As terras-raras são essenciais para empresas de tecnologia. Na sexta-feira (10), as ações da Nvidia caíam 5%.

Histórico

Não é de agora que o governo dos EUA tem buscado restringir a exportação de chips avançados à China. O temor é que, com acesso à tecnologia da Nvidia, a China avance mais rápido na corrida da inteligência artificial e no desenvolvimento de novas armas.

Em abril, o governo Trump anunciou que exigiria licenças para exportações desses dispositivos à China. Alguns meses depois, liberou a venda, contanto que o governo americano fique com 15% da receita. O ex-presidente Joe Biden já havia buscado limitar a venda dos chips a outros países, inclusive a China.

De seu lado, a China então passou a restringir a importação desses chips. O país asiático tem buscado promover a produção nacional dos dispositivos, para depender menos da tecnologia norte-americana.

Há ainda a desconfiança de que os chips da Ndivia estejam chegando à China de forma clandestina. Segundo o jornal The New York Times, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos investiga se empresas chinesas estão contornando as restrições de exportação de chips. Um dos caminhos para isso seria o envio dos chips para centros de dados em outros países do sudeste asiático, que por sua vez atenderiam clientes na China.

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