OpenAI faz acordo com rival e desafia domínio da gigante dos chips sobre IA

A AMD (Advanced Micro Devices) e a OpenAI anunciaram hoje uma parceria bilionária para construir data centers de inteligência artificial alimentados por processadores da AMD.

O que aconteceu

O acordo envolve o fornecimento de 6 gigawatts para alimentar a próxima infraestrutura de IA generativa da OpenAI. A primeira entrega de 1 gigawatt será do modelo MI450, com início previsto para o segundo semestre de 2026.

Os chips devem ser usados para serviços de inferência, que permitem que os chatbots respondam a questionamentos dos usuários. O serviço é considerado hoje uma das maiores demandas para a OpenAI, afirmou Lisa Su, CEO da AMD, ao The Wall Street Journal.

As empresas não divulgaram o valor total do projeto, mas a AMD estima receber "dezenas de bilhões de dólares em receita". Após o anúncio, a ação da AMD satou 24,15% no pré-mercado em Nova York, às 8h35 (de Brasília).

Como parte dos termos, a OpenAI tem chance de comprar até 10% da companhia de chips. O acordo prevê que a AMD emita uma garantia de até 160 milhões de ações ordinárias. Cada ação vai custar US$ 0,01 (equivalente a R$ 0,05), conforme metas específicas sejam alcançadas.

Em nota, a AMD afirmou que o acordo coloca ambas as companhias "na frente de um momento crucial para inteligência artificial". Ela menciona ganhos mútuos e "avanços de larga escala" em todo o ecossistema IA.

A medida é considerada uma das maiores ameaças atuais à Nvidia, líder em chips de inteligência artificial. Hoje, os processadores da AMD são usados em larga escala por pessoas com computadores gamers, data centers tradicionais e em computadores caseiros, mas não em serviços de inteligência artificial.

Liderança da Nvidia não é ameaçada só pela AMD. Outras gigantes da tecnologia, como a Google e a Amazon, têm projetado e vendido os seus próprios chips de IA para competir com a empresa, que promete para 2026 o lançamento do Vera Rubin, um chip que deve ser duas vezes mais potente do que a geração atual comercializada pela companhia.

*Com informações da Reuters

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