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Golpes com Bolsa Família e Pix disparam, e governo vê 'epidemia de fraude'

Colunistas de Tilt

25/09/2025 05h30

(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts. Nesta semana, os assuntos são: Google no Modo IA; A web em declínio; Epidemia de links falsos; Reunião de voz do WhatsApp)

Os golpes digitais no Brasil atingem patamares inéditos. No novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz contam que, todos os dias, circulam no Brasil cerca de 1,5 milhão de links fraudulentos. Parte deles mira quem busca informações sobre programas públicos, como Bolsa Família, seguro-desemprego, licença-maternidade, abono salarial e até a declaração de IR.

Em entrevista ao Deu Tilt, Nina Santos, secretária-adjunta de políticas digitais da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, conta que o problema tem sido tratado pelo governo Lula como uma verdadeira "epidemia" de fraudes online.

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A gente tem visto uma epidemia de fraudes na internet. E, inclusive, fraudes sendo disseminadas através de publicidade. Nessa ânsia de atingir mais pessoas e gerar mais lucro, os fraudadores usam publicidade digital para fazer com que elas cheguem mais longe
Nina Santos

Para a secretária-adjunta, a onda é alimentada pela lógica das plataformas digitais, que lucram ao veicular anúncios, incluindo os de links fraudulentos. Aproveitando a brecha, os fraudadores pagam por anúncios para ampliar o alcance das iscas digitais.

Os esquemas ficam ainda mais sofisticados ao envolverem deepfakes de autoridades públicas e o roubo de dados pessoais. "Muitas vezes os golpes são usados também para capturar dados de telefone, e-mail ou CPF, que depois podem servir para outros tipos de fraudes", alerta Nina.

Segundo a firma de segurança cibernética Kaspersky, link falso é a maior fonte de ataque virtual no Brasil. Segundo dados compilados pela empresa, em 12 meses foram identificados 553 milhões de links fraudulentos, o equivalente a 1,5 milhão por dia.

O governo federal aposta em campanhas de orientação para enfrentar os golpes, ações judiciais contra as plataformas e parcerias. Uma das medidas resultou em um acordo com o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) com o objetivo de denunciar as propagandas falsas e mapear quais são os programas mais afetados pelas fraudes.

A Advocacia-Geral da União também tomou providências. Entrou com uma ação civil pública contra a Meta, dona de Facebook, Instagram e WhatsApp. No documento, a AGU acusa a big teh de agir de má-fé ao aceitar anúncios claramente enganosos e não aplicar no Brasil os mesmos mecanismos de detecção de fraude já usados em outros países. A crítica é direta: a checagem feita pelas plataformas é ineficiente, e a prioridade, no fim, é o lucro.

Google liga o Modo AI no Brasil e muda a vida de quem depende da busca online

O Google já percebeu que os hábitos de busca mudaram com a chegada dos chatbots, e a resposta foi criar o Modo IA, que acabou de desembarcar no Brasil.

Diferente do IA Overview, a nova ferramenta funciona como uma conversa direta: você faz a pergunta, ela varre a web e entrega um resumo pronto em forma de chat. A promessa é encurtar o caminho da pesquisa, mas, na prática, isso muda toda a lógica da internet. Se antes os links levavam o leitor até o produtor de conteúdo, agora a informação aparece mastigada pelo próprio Google, sem que o clique aconteça.

Ainda que o cenário seja de terra arrasada para diversos produtores de conteúdo, o Google fala em tráfego "estável", mas não indica para onde esses cliques estão indo. No novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz explicam como parte dos acessos está escoando dos sites para circular dentro da IA.

Declínio da web: por que Google agora vê ruína do atual modelo de internet?


O Google fez algo que pouca gente esperava durante um julgamento sobre o monopólio da publicidade na internet: admitiu que a web vive um momento de declínio. No novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz explicam como esse reconhecimento público é uma virada e tanto na discussão sobre a internet. Afinal, até então, o Google sustentava que a rede seguia saudável e em expansão.

A internet nasceu como espaço aberto, coletivo e descentralizado, baseado em hiperlinks que conectam informações livremente. Esse modelo foi transformado com a ascensão das grandes plataformas digitais.

O Google admitiu pela primeira vez que a web está passando por um declínio. Publicamente, sempre disse que a web estava saudável e até levava mais tráfego. Mas bastou uma ação judicial para trazer argumentos opostos
Helton Simões Gomes

Cilada no Whatsapp: reunião de voz ativada sem querer sacrifica privacidade

O WhatsApp liberou, em maio deste ano, a função de abrir reuniões de voz em grupos. Desde então, a novidade já virou motivo de irritação entre os usuários.

No novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz contam que o recurso, antes disponível somente para grupos grandes, pode ser ativado por engano, com um simples deslizar de tela. Resultado: muita gente abrindo conversas de áudios sem querer e expondo toda a privacidade.

A pessoa está compartilhando com todo mundo do grupo tudo que o celular dela capta. Se ela for ao banheiro, o celular vai captar e transmitir isso
Diogo Cortiz

DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.

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