Austrália libera comercialização de carne de codorna feita em laboratório

A Austrália aprovou pela primeira vez a venda de carne cultivada em laboratório. A decisão foi tomada pela FSANZ (Padrões Alimentares Austrália Nova Zelândia, na sigla em inglês), que liberou a comercialização de codorna cultivada.

O que aconteceu

Produto é desenvolvido por startup local. A carne foi criada pela empresa australiana Vow, por meio da marca Forged. O produto já havia estreado no mercado de Singapura no início de 2024, após autorização do órgão regulador local.

A carne é produzida com uma pequena amostra de células do animal. Elas são escolhidas "por sua capacidade de preservar as notas de sabor que caracterizam a carne", diz a empresa. Depois disso, em um processo de cultivo que leva 79 dias, a carne é desenvolvida em laboratório e colhida em pequenos lotes.

Empresa já atingiu marco na produção. De acordo com a Vow, mais de 25 mil porções da codorna cultivada já foram servidas. A startup também informou ter colhido 538 quilos em uma única safra.

A FSANZ publicou novas diretrizes. O órgão regulador divulgou orientações atualizadas e abriu consulta pública para aumentar a transparência e alinhar a carne cultivada às normas tradicionais de segurança alimentar.

Distribuição começa em duas cidades. Com a aprovação, a Vow passará a oferecer o produto em restaurantes selecionados de Sydney e Melbourne, como parte de uma estratégia para impulsionar o setor australiano de proteínas alternativas.

Austrália, quando foi a última vez que você provou algo pela primeira vez? A codorna japonesa cultivada está prestes a chegar às cozinhas e aos pratos de alguns dos seus restaurantes favoritos. Preparado para experimentar? Forged, em comunicado após a aprovação

Vow também tem carne de mamute

A criação foi feita com a sequência de DNA da mioglobina do mamute, que é uma proteína muscular que dá sabor à carne. Outras poucas lacunas foram preenchidas com DNA de elefante.

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Tim Noakesmith, fundador da Vow, com a almôndega feita de carne produzida a partir do DNA de um mamute extinto
Tim Noakesmith, fundador da Vow, com a almôndega feita de carne produzida a partir do DNA de um mamute extinto Imagem: PIROSCHKA VAN DE WOUW/REUTERS

O passo seguinte foi, então, colocar a sequência em células-tronco de uma ovelha. Ao todo, o experimento deu origem a 20 bilhões de células utilizadas para criar a carne de mamute.

A novidade foi apresentada em 2023, no museu de ciências Nemo, de Amsterdã. O experimento queria mostrar que é possível consumir proteína animal sem abate.

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