Fundador do Telegram diz que deixará fortuna para os mais de cem filhos
De Tilt, em São Paulo
20/06/2025 18h08
Pavel Durov, fundador e CEO do Telegram, disse que pretende deixar sua fortuna para os mais de cem filhos — cuja maioria é fruto da doação de esperma. Em entrevista ao jornal francês Le Point, ele disse não fazer distinção sobre os filhos e que todos terão os mesmos direitos.
O que aconteceu
Durov disse ter escrito recentemente o testamento. "Decidi que meus filhos não terão acesso à minha fortuna até que se passem 30 anos, a partir de agora. Quero que vivam como pessoas normais, que se construam sozinhos, que aprendam a confiar em si mesmos, que sejam capazes de criar, que não dependam de uma conta bancária", disse ele.
Para Durov, não há distinção entre filhos concebidos naturalmente e por doação de esperma. "Quero deixar claro que não faço distinção entre meus filhos: há aqueles que foram concebidos naturalmente e aqueles que vêm das minhas doações de esperma. São todos meus filhos e todos terão os mesmos direitos. Não quero que eles se separem depois da minha morte", afirmou.
Apenas seis filhos foram concebidos naturalmente. Durante entrevista, ele afirmou que os filhos são de três parceiras diferentes. "Os outros vêm da minha doação anônima. A clínica, onde comecei a doar esperma há quinze anos para ajudar uma amiga, me disse que mais de cem bebês foram concebidos dessa forma em 12 países", revelou.
Testamento foi escrito aos 40 anos porque "trabalho envolve riscos". Ele afirmou que "defender liberdades rende muitos inimigos, inclusive dentro de Estados poderosos". Segundo ele, testamento é forma de proteger os filhos, "mas também a empresa que criei, o Telegram. Quero que o Telegram permaneça sempre fiel aos valores que defendo."
Durov tem patrimônio de 17,1 bilhões de dólares, segundo Revista Forbes. O valor corresponde a R$ 93,9 bilhões, na cotação atual. Ele é considerado a 133ª pessoa mais rica do mundo.
Atualmente, Durov enfrenta uma série de acusações na França. Ele chegou a ser preso no país no ano passado, enfrentando dezenas de acusações, como cumplicidade em tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, fraude organizada. Ele ainda não foi julgado.