Empresário morto em assalto: como evitar clonagem de controle de portão?

O empresário Francisco Filippo, 58, foi morto na noite de quarta-feira dentro de casa. Criminosos entraram na residência após clonarem o controle remoto do portão do imóvel. Aparelhos usados para essa finalidade são facilmente encontrados em lojas de eletrônicos e na internet.

Como evitar clonagem

Medidas são mais comportamentais. Uma questão que pode facilitar a clonagem é onde as pessoas deixam o controle remoto. "Se coloca em lugares que alguém estranho tenha acesso, a clonagem é muito fácil", diz Marcelo Lau, coordenador do MBA em cibersegurança da Fiap. Ele explica que a maioria dos controles funciona a uma radiofrequência específica e há equipamentos que conseguem copiar essa frequência.

Proteger de pessoas estranhas é o melhor. Mesmo que haja uma relação de confiança, deixar o controle em local com acesso a algum trabalhador da casa ou onde se costuma estacionar o veículo é um risco. "Isso propicia a cópia sem conhecimento do proprietário", diz o especialista.

Fique atento ao seu entorno. Lau cita dispositivos específicos que copiam a radiofrequência do controle a uma distância de 50 metros enquanto a pessoa pressiona o botão. "O código é copiado, e o criminoso replica a sequência de frequência, permitindo a abertura do portão." Segundo ele, qualquer proteção contra a clonagem impediria o funcionamento do controle. Assim, ele aconselha observar se existe alguém estranho nas proximidades da casa antes de abrir o portão.

Uma medida de proteção é desativar a ação automática de radiofrequência. "Se ninguém vai chegar na casa ou abrir o portão, dá para desabilitar o recurso. Isso tira certa conveniência, mas evita que alguém entre."

Alguns modelos são mais fáceis de serem clonados. Existem sistemas em que o motor que abre o portão pode ser usado com qualquer controle vinculado a ele. O aparelho mantém o mesmo código de verificação, por exemplo: 1234. Quando a pessoa aperta o botão, esse sinal pode ser desviado. "É facilmente clonável, porque não tem codificação", diz Rennyo Augusto, gerente geral de operações técnicas do Grupo Haganá.

Há sistemas mais seguros. Outro modelo muda o código de verificação a cada vez que a pessoa usa o controle remoto, invalidando o anterior. Se o primeiro código é 1234, o próximo será A1234, depois F1234. Nesse caso, a conexão não é direta entre controle e portão, mas intermediada por uma central de controle de acesso.

Câmeras desativadas

Antes de invadir a casa de Filippo, criminosos desligaram as câmeras de segurança internas. Lau afirma que o desligamento remoto só seria possível com um conhecimento prévio do sistema de segurança. "A pessoa já teria que saber como acessa a partir de endereço IP, porta de comunicação e credencial de acesso para instalar um app equivalente e ter a possibilidade do acesso ao sistema de câmeras para poder visualizar e desativar."

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Acesso precisa de conhecimento e planejamento. "Para chegar aonde está a gravação, precisa saber se o sistema está na internet, se tem proteção de rede. Ou alguém foi lá e desligou presencialmente; para resetar a senha, só localmente também", diz Rennyo Augusto.

Outras medidas de segurança

Fator humano ainda é importante. Waldir Samora, consultor de segurança na AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios), diz que os sistemas de segurança devem ser acompanhados por uma pessoa, seja localmente ou por meio de uma central externa. "Hoje em dia, não tem tecnologia 100%", afirma. "Na segurança, não pode tirar o fator humano."

Sistema de alarme é aliado. Ele indica operações em que um alarme é acionado ou toda a casa é bloqueada quando um sistema deixa de funcionar. "Pode ter um sinal de emergência para o sistema de segurança da polícia quando as câmeras são desligadas."

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