CEO do Instagram: pessoas agora preferem posts privados --e isso muda tudo

O chefe do Instagram, Adam Mosseri, disse em entrevista ao podcast Channels que a rede social está focando cada vez mais em mensagens e compartilhamento de conteúdo de forma privada, em vez do feed público de fotos e vídeos.

O que aconteceu

Algoritmo existe para ir além das pessoas que seguimos. Ao ser questionado por que os apps de redes sociais seguiram o caminho do feed com curadoria de algoritmos, Mosseri disse é a única maneira de fazer "crescer experiências".

Mudança de paradigma: do público para o privado. Na sequência, disse que a quantidade de conteúdo público no Instagram está caindo. O motivo é que as pessoas estão preferindo compartilhar fotos e vídeos em áreas mais fechadas da rede social, como bate-papos em grupo e individuais.

Feed está mais desvalorizado. Mosseri afirmou que a atual preferência do público do Instagram ao postar fotos e vídeos é optar pelas DMs (mensagens diretas), depois stories, e, por fim, feed público.

Portanto, se a quantidade de conteúdo que você precisa classificar está diminuindo, o envolvimento do feed também estará. Só está piorando.
Adam Mosseri, chefe do Instagram

Isso afeta o engajamento geral do Instagram. Por isso, a empresa está cada vez mais focada em melhorar as experiências privadas das pessoas no aplicativo.

Além disso, as pessoas se sentem mais à vontade no privado. Mosseri afirma que nos sentimos mais confortáveis em dizer algo a alguém individualmente. E deu um exemplo: "Você pode pensar em compartilhar o feed como estar em cima do telhado, gritando algo para 100 pessoas e esperando que 20 pessoas ouçam."

É mais uma evolução da empresa na economia da atenção. Mosseri explicou que a inserção de vídeos no Facebook [empresa do mesmo grupo do Instagram, a Meta], em meados de 2014, aumentou a quantidade de tempo gasto na plataforma, mas diminuiu todo o resto: mensagens, comentários, curtidas etc. E, com isso, a receita caiu, pois passaram a contar com menos anúncios por minuto de vídeo.

Passado trouxe lição ao Instagram. O CEO afirmou que a experiência com o Facebook não se repetiu quando o Instagram iniciou o Reels, sua aba de vídeos verticais. "Eles são curtos e divertidos... Vou ver um comediante de stand-up fazendo algo que eu amo e vou mandar para o meu irmão porque sei que ele vai gostar", exemplificou.

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Vídeos que disputam atenção no feed público são vistos no privado, rendendo monetização. "Conseguimos construir isso de uma forma muito simbiótica com o contexto público — como feed, stories e reels, que monetizamos diretamente com anúncios", disse Mosseri.

A origem do Threads

Mosseri falou como o app Threads, rival do X (ex-Twitter), surgiu. Segundo ele, mesmo que o Instagram e o Facebook tenham adquirido mais público que o X, a empresa sempre quis disputar esse cenário, porque é uma plataforma "melhor para conversas públicas". "Mesmo que não seja o maior aplicativo, há muita relevância cultural", disse o executivo.

Originalmente, o Threads foi pensado para ser aba extra no Instagram, como canais do WhatsApp. Quem demoveu Mosseri da ideia foi o presidente da Meta, Mark Zuckerberg. "Mark disse, e eu concordei com ele, que os canais não serão um lugar onde você acompanha toneladas e toneladas de pessoas culturalmente relevantes. Eles serão um lugar onde você se inscreve, em cinco ou dez com os quais mais se importa", contou. E, assim, em 2023. a Meta lançou o Threads como uma plataforma própria e separada do Instagram.

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