Uber se reinventa e quer virar 'superapp' com serviços terceirizados

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A Uber tem mudado bastante recentemente. O foco da empresa tem sido claramente focar no que faz melhor (conectar passageiros e motoristas) e ser uma plataforma que conecta as pessoas a serviços relevantes, com aspiração de ser um "superapp" de serviços no futuro.
O que aconteceu
Uber anunciou recentemente uma parceria com o iFood que, até há alguns anos, era concorrente no ramo de entregas. Ideia inicial é que seja possível acessar os serviços um no app do outro a partir do segundo semestre deste ano.
A partir de 16 de junho, a Uber vai acabar com a aba Mercado no Brasil. O anúncio da parceria com o iFood veio dias depois de a empresa começar a notificar usuários do encerramento desse serviço.

iFood tem serviço de mercado e deve ser uma opção para usuários órfãos da modalidade. No anúncio, a Uber diz que no futuro seu programa de assinatura (Uber One), que garantia frete grátis em compras no mercado e dá descontos em corridas, pode ser usado em parceria com o iFood.
Mercado é só um dos serviços descontinuados da empresa, que parece focar na sua atividade principal. Em 2020, a empresa encerrou a operação de patinetes no Brasil; em 2022, foi a vez do Uber Eats ser "fechado" no país, deixando o caminho livre para o seu agora parceiro, iFood, e o Rappi.
Outras parcerias incluem a área de bicicletas e ônibus fretados. Aqui no Brasil, desde 2023, a empresa tem parceria com a Tembici para oferecer aluguel de bikes; desde o início do ano a Uber começou a oferecer o serviço de fretado, entre Guarulhos e São Paulo, numa parceria com a Viação Mimo.
Uber quer ser uma espécie de marketplace de serviços
A empresa tem se concentrado no que faz melhor e, para o que não for sua atividade principal, terá parcerias. Essa é a ideia de Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, dita em entrevista em podcast da empresa de investimentos Greylock Partners.
Se a Amazon é a empresa da entrega para o próximo dia, nós queremos ser da próxima hora. Se você quiser ir a algum lugar quer algo neste período, a Uber estará lá para isso
Dara Khosrowshahi, CEO da Uber
Parceria com o iFood no Brasil está em sintonia com o que Dara considera a missão da Uber de "ir a qualquer lugar, conseguir qualquer coisa". A diferença é que a empresa parece ter levantado a bandeira branca para o mercado de delivery por aqui, enquanto iFood aguarda concorrência do 99Food, da Keeta, da chinesa Meituan, e do Rappi.
Nos EUA, o modelo de parceria segue com carros autônomos e entrega com robôs. Por lá, o Uber Eats continua operante e com opções de entregas feitas por robôs autônomos. Na parte de carros, a companhia tem expandido sua parceria com a Waymo (empresa da Alphabet, que é "dona" do Google), que fornece "robotáxis" em cidades como Austin (Texas) e Phoenix (Arizona).

Ainda que exista desde 2009, a Uber registrou lucro pela primeira vez em 2024. Quando Dara assumiu, em 2018, a ideia, além de tentar melhorar a imagem da empresa, foi fazer a empresa lucrar. A limpeza em serviços, aparentemente, tem funcionado.
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