Ataques hackers já tiraram energia, saúde e até 'Justiça' do ar

Ainda não há detalhes exatos sobre o que causou o apagão em Portugal e na Espanha na segunda. Uma das possibilidades aventadas, e não confirmadas, é a de que foi um ataque cibernético. Nos últimos anos, houve diversas investidas virtuais que prejudicaram ou tiraram serviços importantes do ar, como distribuição de combustível, serviços de saúde, órgãos de Justiça e até produção de proteína animal.

Ataque a oleoduto nos EUA interrompeu distribuição de combustível

Em 2021, hackers atacaram um oleoduto nos EUA, o que prejudicou a distribuição de combustível no país. Cibercriminosos desconectaram a rede da Colonial, que era responsável por quase 50% do abastecimento de diesel, gasolina e querosene de aviação da costa leste dos EUA. Na época, o governo federal chegou a declarar estado de emergência.

Prontuários fora do ar no Reino Unido

O sistema de saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês) foi alvo de um ataque hacker em 2017. Na época, pacientes em emergência foram transferidos e informações sobre prontuário ficaram inacessíveis. Tratava-se de um ransomware, quando atacantes "bloqueiam" acessos e só liberam em troca de dinheiro.

Fábricas da JBS paralisadas nos EUA

Cerca de 25 fábricas da gigante do ramo de proteína animal JBS nos EUA e Canadá foram paralisadas após um ataque hacker em 2021. Os criminosos bloquearam os acessos aos sistemas e condicionaram o pagamento de um resgate para a liberação. Posteriormente, foi divulgado que a companhia gastou US$ 11 milhões para os cibercriminosos para voltar à normalidade.

Guerra Ucrânia e Rússia

O conflito teve ataques das duas partes. No início, em 2022, a Rússia atacou a Ucrânia, tendo como alvo bancos e sistemas de infraestrutura do país, como energia e internet. Já em 2024, a Ucrânia conseguiu atacar Moscou, capital da Rússia, tirando parcialmente a conexão à internet do ar, além de serviços de televisão.

Ataques a tribunais de Justiça no Brasil

Órgãos de Justiça também são alvos de cibercriminosos. Em 2020, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) precisou suspender sessões e tirar seu site do ar devido a uma investida de hackers - à época, tribunal disse que dados não foram afetados, pois havia cópia de segurança. Já em 2022, o TRF-3 (Tribunal Federal da 3ª região) suspendeu temporariamente suas atividades após um ataque cibernético.

Sem exames nem resultados em laboratório no Brasil

No Brasil, em 2021, o Grupo Fleury foi alvo de um ataque, que tirou do ar temporariamente seus sistemas, prejudicando a prestação de serviço para o público, tanto para realização de exames laboratoriais, como na disponibilização de resultados.