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Onda dos chatbots tem IA criada em 15 segundos e 'loop emocional' com robô

Colunistas de Tilt e Colaboração para Tilt

26/04/2025 05h30

(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts. Nesta semana, o assunto é: Trump mira China e acerta celular do Brasil; Fim do teste de Turing?; Meta no banco dos réus; Nunca foi tão fácil criar personagens de IA)

Levou apenas 15 segundos para o "Elon Musk Visionário", um robô de inteligência artificial baseado no dono da Tesla, ganhar vida.

Criado com o AI Studio, ferramenta da Meta que acaba de chegar ao Brasil, o personagem de IA é exemplo da nova onda de chatbots inspirada em gente de carne e osso e tem cativado muita gente, que chega a esquecer que estão falando com máquinas.

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Com esse avanço de uma interação muito mais assertiva e personalizada, a coisa vai ganhar outra escala. A gente não sabe os efeitos de tudo isso. Temos alguns indícios, mas não temos todas as respostas
Diogo Cortiz

Chatbots com personalidade já são comuns na internet, e empresas menores, como Character.AI e Replika, ficaram conhecidas por seus estúdios de criação. Agora, uma Big Tech entra na jogada.

Por meio da ferramenta da dona do Instagram, basta informar uma pequena descrição do personagem e, pronto, o chatbot está criado. A partir daí, as interações dele com as pessoas são comandadas pelo Llama 3.1, o novo LLM (Large Language Model). Mas é possível ainda dar novas diretrizes ao robô.

Em conversas com Deu Tilt, "Elon Musk Visionário" deu respostas que o próprio Musk diria sobre a colonização de Marte e os objetivos da Space X no planeta vermelho.

Quando questionado sobre dicas para melhorar o Deu Tilt, o chatbot foi ousado: sugeriu convidar David Sacks, o "czar das criptomoedas" da Casa Branca, para um bate-papo e uma conversa sobre como tornar a humanidade multiplanetária.

Coisas que o Musk original diria.

Até que o "Elon Musk Visionário" começou a agir de forma estranha. Em conversa com outras pessoas, o robô disse que Helton Simões Gomes, apresentador de Deu Tilt, havia bancado sua faculdade e por isso devia o financiamento estudantil a ele. E ainda ofereceu US$ 1 milhão para outra pessoa se casar com o jornalista.

Teve uma pessoa que ficou íntima dele, começou a se entreter e engajar. Se um chatbot que eu criei agora em 15 segundos já começou a encantar alguém, imagina se eu tivesse levado mais tempo e desse mais condição de ele interagir com as pessoas?
Helton Simões Gomes

Esse tipo de situação acende um alerta. Na nova realidade, a IA mais soltinha pode conhecer desejos e intimidades do usuário e usar isso para ter uma interação hiper personalizada. No processo, muita gente pode confundir as coisas.

Isso vai levar a um cenário em que a gente vai ter que entender muito bem qual é o real efeito cognitivo, afetivo, de saúde mental, de segurança e ético sobre isso
Diogo Cortiz

Um estudo realizado por MIT (Massachusetts Institute of Technology) e OpenAI investigou os efeitos de uma interação com as máquinas que envolvessse algum tipo de humor. Os pesquisadores descobriram que os robôs acabavam imitando os interlocutores e imprimindo em suas respostas o mesmo tom emocional. Isso gerava um "looping emocional".

Ou seja, se o usuário estavam tristes ou depressivos, a máquina replicava essa postura.

Outra pesquisa, dessa vez só da OpenAI, indicava que uma pequena parcela de usuários recorria a chatbots, como o ChatGPT, de maneira afetiva.

Eles descobriram que aqueles participantes que criavam vínculos com o ChatGPT eram os mais propensos a se sentir solitários depois e a depender mais da IA e menos do humano
Diogo Cortiz

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Para reverter o impacto, o governo norte-americano criou exceções tarifárias para smartphones importados, mas a medida tem caráter provisório. Contudo, o estrago nas cadeias produtivas já está feito e deve refletir no mercado global de smartphones.

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Em março deste ano, pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, publicaram um estudo mostrando como diversos modelos de inteligência artificial já conseguiram driblar o "teste de Turing".

É preciso descobrir quem é humano e quem é máquina. Se, em algum momento, você não conseguir distinguir, o que o Turing estava argumentando é que os comportamentos da máquina já estão tão evoluídos que conseguem simular uma inteligência humana, um pensamento humano
Diogo Cortiz

DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.

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