Apple Intelligence no Brasil: por que Apple adotou IA diferente no iPhone?

(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts. Nesta semana, o assunto é: Big Tech e o plano dos EUA para IA; iPhones do Brasil com IA; Quando chega a IA geral? A crise de ansiedade da IA)

A maior aposta da Apple para inteligência artificial chegou ao Brasil. É o Apple Intelligence, que promete tornar diversas funções do iPhone mais espertas.

No novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz explicam que a abordagem da Apple é diferente do restante do setor. Se empresas como Meta, Google e Microsoft lançaram suas próprias versões de LLM (Large Language Model), a Apple mirou em uma IA personalizada e voltada a funções já presentes nos aparelhos da marca.

A Apple está mostrando para o mundo que a IA, principalmente esses grandes modelos de linguagem, estão virando commodities, no sentido de que eles estão muito parecidos e com desempenhos muito próximos
Diogo Cortiz

Faz parte da estratégia da Apple que o sistema funcione em segundo plano, integrado aos aplicativos. Ou seja, não há um botão de liga e desliga do Apple Intelligence -ainda que dê para desativá-lo nas configurações.

Uma das apostas da Apple para não assustar as pessoas é dizer que o Apple Intelligence funciona com os princípios de privacidade da empresa
Helton Simões Gomes

Ainda que preparado para resolver tarefas complexas, nem todas serão executadas localmente no aparelho. Elas serão processadas na nuvem. Isso ocorre porque algumas ações requerem mais energia e capacidade computacional. Para afastar as preocupações sobre privacidade, a Apple criou um esquema de segurança.

O sistema não conseguir resolver internamente serão enviados para a nuvem, que trabalha com criptografia. Ao ser enviado para fora do dispositivo, o pedido é processado na nuvem e após a resposta ser entregue, os dados são deletados.

O que muda

Disponível para os modelos mais recentes de iPhone (a partir do 15 Pro), iPad (com chip A17 Pro e a partir do iPad OS 18.1) e para Mac (com macOS 15.1 ou superior), o Apple Intelligence deu uma repaginada na Siri. Agora, ela também responde por mensagens de texto, como ocorre com outros chatbots.

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A Apple apostou muito na interação de voz com a Siri, funcionou em algum momento, mas as pessoas perceberam que queriam mais coisas da Siri do ponto de vista da operação e não tanto da interação
Helton Simões Gomes

A nova IA da Apple também traz novos recursos para escrita (escolha do tom da mensagem, entre amigável, profissional ou conciso), emails (resumo dos tópicos das conversas) e notificações (priorização das mensagens importantes e resumo do conteúdo).

A inteligência artificial da Apple também vai permitir a criação de emojis e imagens no estilo cartoon, essa segunda ação numa área chamada de "Playground de imagens".

Para quem tem algum dos aparelhos da família iPhone 16, que possuem o botão de ação da câmera, será possível pesquisar conteúdos com a ajuda da câmera. É um sistema que está integrado com o ChatGPT, para perguntas contextuais sobre o que é visto na cena, e ao Google, no caso de buscas online.

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Ainda que seja lar das empresas na dianteira da corrida da inteligência artificial, os Estados Unidos não têm um plano federal para a tecnologia. China e União Europeia, porém, têm há anos estratégias que são tocadas a todo vapor -o país asiático planeja atingir a soberania na IA em 2030. Para impedir a rival, a Casa Branca corre contra o tempo para criar o "Plano de Ação da IA".

Dentre as mais de 8,8 mil contribuições, muitas vieram de grandes empresas. Deu Tilt explica o que OpenAI, Google (Alphabet), Meta, Microsoft e Anthropic querem que entre e fique de fora da futura iniciativa da Casa Branca para impulsionar o setor.

Há pontos que todas elas defendem:

  • melhoria da capacidade energética, já que datacenters, grandes consumidores de eletricidade, são cruciais para ampliar o alcance da IA;
  • explorar maneiras de a IA aumentar a eficiência dos serviços federais.
  • regular o fluxo de chips para outros países.

Mas outras são apoiadas com mais ênfase por algumas empresas do que por outras.

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Se as empresas de tecnologia gastam bilhões com IA, é para serem as primeiras a colocar na praça a tal IA geral. A definição do que essa tecnologia viria a ser é difusa, mas os especialistas concordam com o seguinte: será uma IA poderosa a ponto de compreender como executar tarefas complexas mesmo com poucas informações em mãos e capaz de aprender coisas novas a tal ponto que vai superar as capacidades cognitivas do ser humano. Só que? ela chega quando? Deu Tilt explica por que tem gente que espera a chegada da IA geral para daqui a dois anos, cinco anos ou nunca.

IA tem crise de ansiedade? Estudo mostra que sim, mas não é bem assim

Essa é boa. E veio de pesquisadores gabaritados da Universidade de Yale. Eles descobriram que o ChatGPT pode exibir sinais de crise de ansiedade após ser exposto a relatos estressantes, violentos ou trágicos. Isso quer dizer que a IA tem ansiedade, como nós humanos? Helton e Diogo contam que não é bem assim. Desculpe o gatilho para os ansiosos de plantão, mas, para saber por quê, você precisará ver o episódio.

DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.

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