'Casamento' de Apple e Alibaba desafia Trump e cria dois Apple Intelligence

(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts. Nesta semana, o assunto é: Mistério no mar: o corte dos cabos de internet; Apple e Alibaba; DeepSeek x Qwen: quem vence?; A memória da IA: vem aí a 'economia da intenção')

O Apple Intelligence, serviço de inteligência artificial da Apple, vai chegar aos iPhones chineses com a ajuda do Alibaba. O acordo foi confirmado depois de meses de negociações, realizadas paralelamente com Tencent, Baidu e ByteDance, dona do TikTok.

O novo episódio de Deu Tilt, podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, explica as consequências da "união improvável" entre Apple e Alibaba. Para a dona do iPhone, o "casamento" foi um desafio ao ímpeto do presidente norte-americano Donald Trump para reunir nos Estados Unidos as grandes iniciativas tecnológicas e ao mesmo tempo um gesto de sobrevivência.

No último ano, a Apple caiu do posto de líder de vendas de smartphones na China e foi ultrapassada por Xiaomi e Huawei. Muitos analistas atribuem essa queda à falta de atratividade dos novos iPhones, que não dispõem do Apple Intelligence, a camada de serviços de inteligência artificial da empresa.

A gente começa a entender a IA como uma espécie de commodity. Para o resto do mundo o grande parceiro da Apple é a OpenAI, mas para a China não
Diogo Cortiz, colunista de Tilt

Na China, a Administração do Ciberespaço, o departamento regulatório local, precisa aprovar serviços e produtos conectados antes de serem lançados.

Essa parceria acaba sendo uma coisa que precisa acontecer, porque senão a Apple vai sofrer um impacto muito grande de não ter uma inteligência artificial dentro da China. Se ela tiver, vai perder ainda mais mercado. Ao mesmo tempo, é uma encruzilhada, porque isso fortalece a própria indústria chinesa, levando a mensagem de que ela está dentro de um dos maiores produtos de tecnologia americano
Diogo Cortiz

Joseph Tsai, presidente do Alibaba, disse que a empresa se sente "extremamente honrada" por ter a Apple como parceira.

Fora da China, o Apple Intelligence, disponível por ora só nos EUA, mistura soluções da própria Apple com recursos do ChatGPT.

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Pensando nesse mundo em disputa entre EUA e China, teremos iPhones com Apple Intelligence rodando sistemas de empresa americanas e outros rodando o sistema do Alibaba. Vão haver comparações
Diogo Cortiz

O movimento é ainda um furo na estratégia de Trump, que pretende isolar a China e atrair investimentos em tecnologia para os EUA.

É um aceno para o governo chinês de que a Apple está interessada em passar ao largo dessa disputa EUA x China e continuar fomentando o ecossistema local. Para o Alibaba é uma baita sinalização para o mundo de que ela é grande e tem capacidade de formular parcerias com outras grandes empresas, como é o caso da Apple.
Helton Simões Gomes, colunista de Tilt

Helton e Diogo concordam que a parceria fortalece com mais intensidade o Alibaba, que vai crescer em escala e também transmitir a mensagem de que é confiável para empresas além China.

Esse casamento é uma ousadia, do ponto de vista geopolítico da tecnologia da Apple, e também é um gesto de sobrevivência, mas quem recebe os louros no final, o buquê e arroz no cabelo vai ser o Alibaba
Helton Simões Gomes

O Alibaba vai poder dizer: 'até a Apple confia no nosso modelo, por que você da startup do Brasil não vai confiar?
Diogo Cortiz

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Até agora oferecido apenas nos EUA, o Apple Intelligence, que funciona a partir do iPhone 15, chegará oficialmente ao Brasil em abril deste ano.

Internet em risco: corte de cabos submarinos dispara alerta de OTAN e ONU

Uma onda de cabos submarinos de internet sendo cortados começou a preocupar países europeus. O rompimento de um deles, que liga Finlândia e Alemanha, passou a levantar suspeitas de sabotagem.

Ainda que os incidentes estejam ocorrendo na Europa, o sinal de alerta foi acionado por organizações como ONU e OTAN. E o motivo é global: cabos submarinos transportam 95% da internet do planeta. E como são cerca de 500, o corte de alguns deles pode não só causar um apagão, como levar a severos impactos econômicos e geopolíticos.

Outro dos cabos danificados fica no Mar Báltico e conecta Letônia e Suécia. A localização faz com que surjam os primeiros suspeitos. O novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, conta por que a autoria pela quebra dos cabos virou um novo mistério no mundo das telecomunicações.

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À primeira vista, o primeiro candidato a sabotador na Europa é a Rússia, ainda mais porque o Mar Baltico -que separa esses países-- é uma saída importante de navios russos. Mas não se trata de navios certificados, e sim de uma frota fantasma. Navios que levam petróleo sem certificação e passam abaixo do radar, porque a Rússia está sob uma sanção desde o início da guerra com a Ucrânia
Helton Simões Gomes

DeepSeek x Qwen: IA que bateu ChatGPT perde de lavada para chatbot do Alibaba

O DeepSeek balançou o mundo da inteligência artificial por bater o ChatGPT custando uma fração do dinheiro investido pela OpenAI. Mas isso você já sabe.

O que o novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, conta é que há na China uma IA bem mais poderosa que o DeepSeek.

No quadro "Pergunte à IA", Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz promovem um embate entre o DeepSeek e o Qwen, IA do Alibaba.

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Spoiler: não deu bom para o terror das Big Tech americanas.

'Economia da intenção': IA usa memória para influenciar você mais do que redes sociais

As ferramentas de IA podem até não saber -ainda- o que você fez no verão passado. Mas elas conseguem lembrar da última conversa que vocês tiveram e usar isso em bate-papos futuros. Gemini, do Google, e ChatGPT, da OpenAI, já fazem isso.

O que você não sabe é como os chatbots de IA podem explorar essa nova habilidade.

É isso que Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes contam no novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas. Se você ainda não conseguiu lidar com os efeitos da "economia da atenção", saiba que está nascendo a "economia da intenção".

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DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.

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