Como um professor viajou ao espaço com um 'cavalo' de 56 milhões de anos

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A 8ª excursão espacial comercial da Blue Origin, empresa de foguetes de Jeff Bezos, chamou a atenção pela presença de passageiros inusitados: fósseis de animais.
O que aconteceu
Rob Ferl, geneticista e professor na Universidade da Flórida, levou três exemplares de fósseis à viagem espacial. Foram eles: Teilhardina, ancestral de primatas modernos, um fóssil de caracol lunar com quase 3 milhões de anos e um fóssil do Sifrhippus sandrae, o primeiro cavalo conhecido, com cerca de 56 milhões de anos.
Desde 1980, Ferl estuda os efeitos da aceleração e da gravidade zero em plantas. Atualmente, ele é diretor do Instituto Espacial Astraeus, da Universidade da Flórida.

Levar os fósseis ao espaço não teve nenhum propósito científico. A ideia de Ferl era homenagear amigos e colegas cientistas levando itens de valor pessoal e científico com ele na excursão.
Os fósseis foram emprestados a Rob Ferl pelo Museu de História Natural da Flórida. Para escolher os itens paleontológicos ele contou com a ajuda de Jon Bloch, curador de paleontologia de vertebrados, e Roger Portell, diretor da coleção de paleontologia de invertebrados. "Os fósseis precisavam ser pequenos para fazer a viagem", disse Bloch.
Rob Ferl tem fobia de altura, mas enfrentou o medo para conquistar o sonho de realizar uma excursão espacial. "Imagine ser um oceanógrafo que nunca andou de barco, alguém que estuda florestas e nunca tocou em uma árvore, um paleontólogo que nunca encontrou um fóssil. Sou biólogo espacial há 25 anos. Agora, finalmente fui ao espaço", disse Rob Ferl ao Museu da Flórida.
A viagem aconteceu em 29 de agosto de 2024. O voo do foguete New Shepard ultrapassou a "Linha de Kárman", um ponto a 100km do nível do mar que define o limite entre a atmosfera terrestre e o espaço.

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