Por que El Salvador, de Bukele, abandonou bitcoin como moeda nacional
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(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts. Nesta semana, o assunto é: Trump, o presidente 'meme coin'; Pix, Drex e bitcoin; O Brasil pode ter uma tupinicoin?; R$ 1 trilhão: as criptomoedas no Brasil)
Após 4 anos tendo o bitcoin como moeda oficial e sendo considerado um paraíso cripto, El Salvador está recalculando a rota. O país presidido por Nayib Bukele suspendeu o status do criptoativo, que ainda é aceito, mas não de forma obrigatória. A guinada não foi algo planejado pelo político, ícone da extrema-direita, mas imposta a ele por um órgão internacional.
Em entrevista ao Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Fabrício Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin, conta que a ideia de Bukele não era somente comprar bitcoins e esperar a valorização, mas usar a moeda para atrair capital estrangeiro ao país.
O executivo esteve duas vezes no país, onde viu com os próprios olhos como era a realidade de fazer transações usando a criptomoeda.
El Salvador pisou no freio após uma demanda feita pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) em contrapartida durante a negociação de empréstimo de US$ 1,4 bilhão. A organização apontou que era necessário mitigar os riscos associados à moeda digital.
Para Tota, já foi no mínimo curioso um país adotar uma criptomoeda como divisa nacional. Ver outros seguindo o mesmo caminho no futuro é improvável, comenta.
Contudo, é plausível ver governos nacionais criando reservas financeiras em criptomoeda, como o bitcoin, é uma estratégia para defender o mercado financeiro local das flutuações cambiais e do risco inflacionário.
O bitcoin não está só sendo aceito, mas compreendido por mercados financeiros globalmente falando, em especial os EUA
Fabrício Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin
Donald Trump, novo presidente dos Estados Unidos, é um dos poderosos políticos no plano internacional que se empolga com a ideia de criar uma reserva de bitcoins para seu país. Ele expressou o plano como promessa de campanha e está discutindo como viabilizá-lo dentro da Casa Branca.
No Brasil, há os entusiastas da ideia. O deputado Eros Biondini (PL-MG) protocolou o projeto de lei 4501/2024 para o Tesouro Nacional comprar bitcoins e formar uma reserva nacional de criptoativos. A proposta aguarda a designação de relator da Comissão de Desenvolvimento Econômico para ser discutida.
Nos EUA, o debate está um pouco mais avançado:
Já foi criado um grupo de estudo que deve trazer uma resposta em até 180 dias a respeito da viabilidade de se criar uma reserva. É um dos grandes gatilhos de valorização do bitcoin para 2025
Fabrício Tota
Mais de R$ 1 trilhão: o tamanho do Brasil no mundo das criptomoedas
Qual o tamanho do Brasil no mundo das criptomoedas? Fabrício Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin, conta que nosso país "não é uma esquina do mundo". Em 12 anos, a corretora em que ele trabalha movimentou R$ 170 bilhões com esses ativos. Mas o mercado brasileiro já negociou 10 vezes mais, o que resulta em mais de R$ 1 trilhão.
Czar cripto e condenado perdoado: por que Trump anima o mundo do bitcoin
Os entusiastas das criptomoedas estão empolgados com o novo presidente dos Estados Unidos. O que explica um grupo, sempre desconfiado de governos e organizações institucionais, apostar suas fichas em Donald Trump a ponto de encampar sua campanha e endossar seu governo?
Fabrício Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin, conta os motivos da euforia, que já levou o bitcoin a ultrapassar o patamar histórico dos US$ 100 mil.
Os sinais de adesão de Trump ao mundo do bitcoin começaram ainda na campanha, explica Tota.
Pix será trocado pelo Drex para espionar você? Entenda o absurdo da teoria
O Pix foi envolvido em uma grande polêmica este ano, mas não foi a última. A teoria da vez é que o governo brasileiro está criando um novo sistema para substituí-lo e poder controlar a vida econômica das pessoas com ele.
Tota explica que os boatos da vez miram o Drex, moeda digital criada pelo Banco Central.
Criada para transações entre instituições financeiras, o Drex é também o meio de pagamento por onde a moeda circula. Haverá, no entanto, uma modalidade voltada ao consumidor.
Essa ideia de que pode ser uma ferramenta de controle social é assustadora de fato, mas não vai acontecer. Acredito que vá ficar nessa camada interbancária, como uma camada de serviços. Esse tipo de controle não vai ser implementado
Fabrício Tota
DEU TILT
Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.
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