Czar cripto e condenado perdoado: por que Trump empolga o mundo do bitcoin
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(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts. Nesta semana, o assunto é: Trump, o presidente 'meme coin'; Pix, Drex e bitcoin; O Brasil pode ter uma tupinicoin?; R$ 1 trilhão: as criptomoedas no Brasil)
Os entusiastas das criptomoedas estão empolgados com o novo presidente dos Estados Unidos. O que explica um grupo, sempre desconfiado de governos e organizações institucionais, apostar suas fichas em Donald Trump a ponto de encampar sua campanha e endossar seu governo?
Fabrício Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin, conta em entrevista ao Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, os motivos da euforia, que já levou o bitcoin a ultrapassar o patamar histórico dos US$ 100 mil.
Os sinais de adesão de Trump ao mundo do bitcoin começaram ainda na campanha, explica Tota.
Mostrando disposição para atuar no setor, Trump foi à Bitcoin 2024, uma das principais conferências das criptomoedas dos Estados Unidos, onde fez uma série de promessas.
Uma delas era nomear pessoas mais favoráveis ao mercado de cripto.
É o que tem acontecido. Ele fez algumas indicações relevantes, que, por sua vez, deram declarações no sentido de colocar nos trilhos dos EUA a criação uma reserva estratégica de bitcoin
Fabrício Tota
Isso quer dizer que o governo dos EUA prometeu comprar uma determinada quantidade de bitcoins para distribuir a riqueza do país por outros ativos, além das posses tradicionais, como moedas e ouro.
Este, porém, não foi só um aceno feito por Trump. Ele criou dentro da Casa Branca o posto de "Czar dos criptos" e nomeou o empresário e investidor David Sacks para pensar em políticas para criptoativos e inteligência artificial.
Memecoin do presidente
Em outro sinal de apreço pela área, um grupo associado a Trump lançou uma criptomoeda batizada com o nome dele um dia antes da posse como presidente dos EUA. Dois dias após a liberação, a Trump atingiu um pico de US$ 14,5 bilhões em valor de mercado. Naquele fim de semana de estreia, a Trump foi a criptomoeda mais negociada no Brasil, à frente do bitcoin, ethereum e solana.
Desde então, a moeda já perdeu força. Tota ressalta que, na prática, a criação da moeda não altera muita coisa, porque ela é uma "meme coin", nome dada às criptomoeadas criadas pela piada. Ainda assim, ela representa um sinal verde para o segmento, diz o diretor do Mercado Bitcoin.
Em um outro aceno, desta vem bem polêmico, Trump concedeu perdão a Ross Ulbricht, criador do Silk Road, um fórum na dark web dedicado a usar bitcoin para vender toda sorte de itens ilegais, de drogas a órgãos humanos. Ele tinha três penas de prisão, duas perpétuas e uma de 40 anos. A soltura dele era promessa de campanha de Trump, cumprida assim que assumiu em janeiro.
Restrição geográfica
Fabrício Tota afirma, além de todas as demonstrações de apoio ao setor, pesa a favor de Trump o fato de gestões anteriores não terem sido abertas ao mercado de cripto. Pelo contrário, o governo norte-americano dificultava o desenvolvimento da indústria cripto, afirma o diretor.
Essa aversão ao segmento fez muitas empresas abandonarem o país. Tanto é que muitas dessas plataformas incluíam em seus termos de uso restrições geográficas para lugares como Sudão do Sul, Coreia do Norte, Irã, Afeganistão e EUA.
Quando você tem a maior economia do mundo, responsável por 25% do PIB global fora da festa, é broxante
Fabrício Tota
Governo trocará o Pix pelo Drex para controlar as pessoas?
Confundir criptomoeda e moeda digital é normal. Até o Brasil tem sua moeda digital, o Drex, criada pelo Banco Central.
Ainda que seja um piloto, já surgiram teorias da conspiração sobre o Drex. Uma delas espalha a ideia de que o governo quer trocar o Pix pelo Drex para controlar os gastos das pessoas. Fabrício Total explica o que está por trás da tese e por que ela não faz sentido.
Por que El Salvador, de Bukele, abandonou bitcoin como moeda nacional
O bitcoin foi criado por gente incomodada com instituições centralizadas de emissão de moeda. É o caso de bancos centrais. Ainda assim, El Salvador, do ícone da extrema direita Nayib Bukele, instituiu o bitcoin como uma das moedas nacionais. Não deu certo.
A pá de cal foi uma exigência do FMI (Fundo Monetário Internacional). No novo episódio de Deu Tilt, podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Fabrício Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin, explica por que criptomoedas e países ainda são uma mistura difícil de dar certo.
Mais de R$ 1 trilhão: o tamanho do Brasil no mundo das criptomoedas
Qual o tamanho do Brasil no mundo das criptomoedas? Fabrício Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin, conta que nosso país "não é uma esquina do mundo". Em 12 anos, a corretora em que ele trabalha movimentou R$ 170 bilhões com esses ativos. Mas o mercado brasileiro já negociou 10 vezes mais, o que resulta em mais de R$ 1 trilhão.
DEU TILT
Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.
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