Risco de asteroide atingir a Terra cresce e Webb será usado em nova análise

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A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) atualizou e aumentou a probabilidade do asteroide 2024 YR4 atingir a Terra em 2032.
O que aconteceu
As chances de impacto do asteroide nesta segunda-feira (10) são de 2%. Na estimativa anterior, divulgada em janeiro, o risco era de 1,2%. A agência monitora a rota da rocha e atualiza o tamanho e a probabilidade de colisão diariamente.
A ESA informou que o telescópio James Webb, o mais potente do mundo, será utilizado na análise do asteroide. De acordo com a agência, o equipamento da Nasa deve observar o 2024 YR4 em março deste ano, com a finalidade de calcular mais precisamente o tamanho do asteroide.
As estimativas atuais variam entre 40 e 90 metros de diâmetro. "É muito importante que melhoremos nossa estimativa de tamanho para o 2024 YR4: o perigo representado por um asteroide de 40 metros é muito diferente do de um asteroide de 90 metros", diz a ESA.
Astrônomos usarão o instrumento MIRI do Webb para obter uma estimativa muito mais precisa do tamanho do asteroide. Isso, por sua vez, será usado pela ESA, NASA e outras organizações para avaliar com mais confiança o perigo e determinar qualquer resposta necessária, explica a agência espacial.
A divulgação do possível choque foi feita pela ESA no dia 29 de janeiro. Em seu site oficial, a agência afirmou que seu Gabinete de Defesa Planetária está monitorando "de perto" a trajetória do asteroide 2024 YR4. "Um asteroide deste tamanho impacta a Terra em média a cada poucos milhares de anos e pode causar graves danos a uma região", diz a agência.
Segundo os cientistas, o risco de impacto do asteroide contra a Terra é pequeno, porém real. Há "quase 99% de probabilidade de [o asteroide] passar com segurança pela Terra, mas um possível impacto não pode ser totalmente descartado", diz a agência em seu site.
A ESA anunciou também a data exata em que o 2024 YR4 poderia se chocar com o nosso planeta. O dia indicado pela agência é 22 de dezembro de 2032. No momento, não é possível fazer previsões para indicar em qual lugar da Terra o impacto poderia acontecer.
Devido ao seu tamanho e risco detectado, o 2024 YR4 cumpre os critérios necessários para ativar dois grupos especializados e aprovados pela ONU. A Rede Internacional de Alerta de Asteroides (International Asteroid Warning Network, IAWN, na sigla em inglês) e o Grupo Consultivo de Planejamento de Missões Espaciais (Space Mission Planning Advisory Group, SMPAG) vão auxiliar no rastreamento do 2024 YR4 e elaborar eventuais ações de resposta ao asteroide, como missões colaborativas e estratégias para mitigar riscos.
O 2024 YR4 está no topo da lista de risco de asteroides da ESA. Desde o início deste ano, os astrônomos observam a rocha de forma prioritária, utilizando telescópios espalhados por todo o mundo e analisando novos dados coletados pelos equipamentos, visando melhorar a "compreensão do tamanho e da trajetória do asteroide".
Em seu comunicado oficial sobre o 2024 YR4, a ESA ressalta que a probabilidade de impacto de um asteroide contra a Terra pode cair para zero. Segundo a agência, apesar de apresentar um risco aumentado no início, após observações adicionais e acompanhamento periódico, a porcentagem que indica a incidência do choque pode "cair rapidamente". Veja no vídeo abaixo como é a dinâmica que calcula o risco de impacto de um asteroide na Terra (em inglês):
O 2024 YR4
O asteroide foi descoberto em 27 de dezembro de 2024 por meio de um telescópio no Chile. O Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System, conhecido como Atlas, está localizado em Río Hurtado.

Segundo a ESA, determinar com precisão a órbita do asteroide é uma tarefa "difícil". "A órbita do asteroide ao redor do Sol é alongada. Atualmente está se afastando da Terra quase em linha reta", explica a agência em seu portal. A previsão indica que, nos próximos meses, o asteroide começará a desaparecer da vista da Terra, tornando-se visível novamente apenas em 2028. "Durante este período, a ESA irá coordenar as observações do asteroide com telescópios cada vez mais poderosos". Para isso, os cientistas vão utilizar o Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul, no Chile.
* Com informações de reportagem publicada em 03/02/2025.
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