'Não contrate humanos': por que Zuck ama ideia que rendeu ameaça a startup
Colunistas de Tilt e Colaboração para Tilt
06/02/2025 05h30
(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts. Nesta semana, o assunto é: O último ano para regular redes; IA x seu empregos; Zuckerberg e o 'não contrate humanos'; ChatGPT x IA da Meta)
Enquanto algumas pessoas ainda têm receio de perder seus empregos para a inteligência artificial, outras fazem campanha para que isso aconteça ainda mais rápido.
Para chamar a atenção para sua empresa, Jaspar Carmichael-Jack, CEO da startup Artisans colocou outdoors e painéis por toda San Francisco, na Califórnia, com a frase "Pare de contratar humanos".
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Até então desconhecida, a Artisans obteve em dois meses o faturamento de um ano inteiro e despertou a fúria de milhares de pessoas. Tanto que o CEO recebeu centenas de ameaças de morte. No entanto, ele não está sozinho. Mark Zuckerberg, CEO da Meta, está promovendo a troca de humanos por IA dentro de Facebook, Instagram e WhatsApp.
Uma das ameaças recebidas por Carmichael-Jack foi a seguinte:
Luigi [Mangione] fez um trabalho recentemente e está um pouco ocupado, será que conseguimos um Mario para dar cabo do CEO dessa startup?
Trata-se de uma referência ao jovem que matou a tiros Brian Thompson, o CEO da UnitedHealth, em dezembro de 2024.
Mesmo com ameaças sérias, o criador da Artisans considera a campanha bem-sucedida. Para ele, a ação atingiu em cheio o público-alvo, ou seja, empreendedores de empresas de tecnologia que veem a substituição como uma tendência do setor.
O nível de conhecimento das pessoas sobre a marca saiu de 5% para 70% e a empresa virou a 2º no ranking das companhias de IA com mais rápido crescimento, segundo a aHrefs, empresa focada em marketing digital.
Foi uma campanha certeira, chamou a atenção, foi jurado de morte, fechou contrato, dobrou o trabalho da empresa. Cara, conseguiu tudo em poucos meses
Diogo Cortiz
A ideia é tão bem aceita no Vale do Silício que figurões das Big Tech já verbalizam seus planos em andamento. Em entrevista ao podcast de Joe Hogan, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, afirmou que a tendência na Meta é deixar de contratar engenheiros de nível médio, pois o trabalho deles pode ser feito por inteligência artificial.
A gente sabe que para a área de desenvolvimento, a IA ajuda a criar código, a fazer novos experimentos, e isso traz uma produtividade grande mesmo. Tem empresas que estão tendo um aumento de produtividade de 40% na produção de tecnologia usando IA
Diogo Cortiz
ChatGPT x IA da Meta: Qual IA é a melhor do WhatsApp?
O WhatsApp de todo mundo foi invadido pela IA da Meta, aquele "círculo azul" que paira sobre todas as conversas.
Mas a inteligência artificial não é a única presente no aplicativo mais usado pelos brasileiros. Também está lá o ChatGPT, da OpenAI.
Deu Tilt promoveu uma disputa para responder de uma vez por todas a pergunta: qual IA é a melhor do WhatsApp?
A ferramenta vencedora não só ganhou, como venceu de goleada.
IA criará o dobro do nº de empregos extintos, diz estudo; veja lista
Quando a inteligência artificial generativa se tornou popular, no fim de 2022, muita gente ficou com medo de perder o emprego. Agora que a poeira baixou, o temor deu lugar à preocupação de como adotar a tecnologia para tornar o trabalho mais eficiente.
Ela não é esse bicho-papão que vai comer o seu trabalho do dia para a noite
Diogo Cortiz
Desde que a IA ganhou fama, um dos maiores burburinhos em torno da tecnologia é que ela vai extinguir empregos. Mas um novo estudo mostra que a tecnologia vai, sobretudo, mudar a forma de trabalhar.
Por que 2025 é o último ano para o Lula regular redes?
A janela para regular as plataformas digitais está se fechando. O cálculo político já circula nas esferas do poder, segundo análise da professora de inovação, tecnologia e direito do IDP, Tainá Junquilho. E, se o governo Lula quiser tomar alguma dianteira no assunto, a hora é agora.
2025 já começou quente, para dizer o mínimo, em relação às plataformas. E é o último ano tanto para o governo quanto para o Supremo Tribunal Federal decidir sobre isso [regulação das plataformas]
Tainá Junquilho
A especialista, também assessora parlamentar do Senado, conta que 2026, ano eleitoral, apresenta uma dificuldade maior para aprovar projetos.
DEU TILT
Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.