Por que Apple se revoltou contra app pornô liberado em iPhones na UE

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A Apple criticou na segunda-feira (3) um aplicativo de pornografia recentemente disponível em iPhones na União Europeia. Para a companhia, a política digital do bloco estaria minando a confiança do consumidor em seus produtos.
O que aconteceu
Deixar pornografia longe do iPhone era "responsabilidade moral" da companhia. Desde 2008, a Apple controla quais aplicativos podem ser baixados para os aparelhos, mas desde 2022 isso mudou na União Europeia graças ao Digital Markets Act (DMA).
Aplicativo pode ser baixado após lei do bloco entrar em vigor. O regulamento obriga a Apple a permitir lojas de aplicativos alternativas. Uma delas, a AltStore, é quem viabiliza a distribuição da plataforma Hot Tub, voltada para conteúdo adulto.
Gigante da tecnologia se manifestou por meio de um comunicado. A Apple declarou estar "profundamente preocupada com os riscos de segurança que aplicativos pornográficos hardcore desse tipo criam para usuários da UE, especialmente crianças". Segundo a empresa, esse tipo de conteúdo pode minar a confiança no ecossistema da Apple.
Uma das preocupações é o impacto do aplicativo entre os usuários mais jovens. A companhia americana destacou que não aprova esse tipo de software e que sua presença nos dispositivos se deve às exigências regulatórias da União Europeia.
Ainda não há informações sobre medidas restritivas. A empresa ressaltou que, como a situação ainda está em andamento, não é possível afirmar quais ações regulatórias podem ser tomadas contra o aplicativo.
A polêmica está sendo analisada no contexto de concorrência e regulação digital. A AltStore, por sua vez, afirmou ter recebido apoio da Epic Games, criadora do jogo Fortnite, empresa que moveu uma queixa antitruste contra a Apple. A loja alternativa também declarou que utilizou esse financiamento para cobrir taxas cobradas pela Apple, atualmente sob investigação da UE.
O processo envolve questões de segurança digital. A Apple exige que aplicativos passem por uma revisão chamada "notarização", que verifica riscos como malware, mas não avalia o conteúdo das plataformas. A AltStore argumenta que a Apple autenticou o Hot Tub, o que levou à interpretação de que se trata do "primeiro aplicativo pornô aprovado pela Apple" - o que provocou a ira dos americanos.
Empresa diz que é obrigada pela UE a permitir que aplicativo seja distribuído. A companhia de Steve Jobs (1955-2011), disse, por sua vez, que "contrário das falsas declarações feitas pelo desenvolvedor do marketplace, nós certamente não aprovamos esse aplicativo e nunca o ofereceríamos em nossa App Store".
Com informações de Reuters
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