Topo da lista de risco: o que se sabe de asteroide que pode atingir a Terra

O asteroide 2024 YR4 pode colidir com a Terra em dezembro de 2032, segundo previsão da ESA, a agência espacial europeia. Especialistas monitoram a movimentação da rocha.

O risco de colisão

A divulgação do possível choque foi feita pela ESA na última quarta-feira (29). Em seu site oficial, a agência afirmou que seu Gabinete de Defesa Planetária está monitorando "de perto" a trajetória do asteroide 2024 YR4 que, segundo a ESA, tem entre 40 e 100 metros de diâmetro. "Um asteroide deste tamanho impacta a Terra em média a cada poucos milhares de anos e pode causar graves danos a uma região", diz a agência.

Segundo os cientistas, o risco de impacto do asteroide contra a Terra é pequeno, porém real. Há "quase 99% de probabilidade de [o asteroide] passar com segurança pela Terra, mas um possível impacto não pode ser totalmente descartado", diz a agência em seu site. O risco avaliado pela ESA é de 1,2%, resultado semelhante às estimativas feitas pelo Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS), da Nasa, e pelo NEODyS (serviço italiano que fornece informações sobre estes objetos). Segundo a Nasa, nenhum outro asteroide de grandes proporções tem uma probabilidade de impacto acima de 1%.

A ESA anunciou, também, a data exata em que o 2024 YR4 poderia se chocar com o nosso planeta. O dia indicado pela agência é 22 de dezembro de 2032. Segundo a agência, no momento não é possível fazer previsões para indicar em qual lugar da Terra o impacto poderia acontecer.

O asteroide 2024 YR4 está agora classificado no Nível 3 na Escala de Perigo de Impacto de Torino: um encontro próximo que merece a atenção dos astrônomos e do público.
ESA, em nota

Devido ao seu tamanho e risco detectado, o 2024 YR4 cumpre os critérios necessários para ativar dois grupos especializados e aprovados pela ONU. A Rede Internacional de Alerta de Asteroides (International Asteroid Warning Network, IAWN, na sigla em inglês) e o Grupo Consultivo de Planejamento de Missões Espaciais (Space Mission Planning Advisory Group, SMPAG) vão auxiliar no rastreamento do 2024 YR4 e elaborar eventuais ações de resposta ao asteroide, como missões colaborativas e estratégias para mitigar riscos.

O 2024 YR4 também passou a ocupar o topo da lista de risco de asteroides da ESA. Desde o início deste ano, os astrônomos observam a rocha de forma prioritária, utilizando telescópios espalhados por todo o mundo e analisando novos dados coletados pelos equipamentos, visando melhorar a "compreensão do tamanho e da trajetória do asteroide".

Em seu comunicado oficial sobre o 2024 YR4, a ESA ressalta que a probabilidade de impacto de um asteroide contra a Terra pode cair para zero. Segundo a agência, apesar de apresentar um risco aumentado no início, após observações adicionais e acompanhamento periódico, a porcentagem que indica a incidência do choque pode "cair rapidamente". Veja no vídeo abaixo como é a dinâmica que calcula o risco de impacto de um asteroide na Terra (em inglês):

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O 2024 YR4

O asteroide foi descoberto em 27 de dezembro de 2024 por meio de um telescópio no Chile. O Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System, conhecido como Atlas, está localizado em Río Hurtado.

Instalações do Very Large Telescope (VLT), localizado no Deserto do Atacama. Os equipamentos vão auxiliar os cientistas no acompanhamento do asteroide 2024 YR4
Instalações do Very Large Telescope (VLT), localizado no Deserto do Atacama. Os equipamentos vão auxiliar os cientistas no acompanhamento do asteroide 2024 YR4 Imagem: Reprodução/YouTube/European Southern Observatory (ESO)

Segundo a ESA, determinar com precisão a órbita do asteroide é uma tarefa "difícil". "A órbita do asteroide ao redor do Sol é alongada. Atualmente está se afastando da Terra quase em linha reta", explica a agência em seu portal. A previsão indica que, nos próximos meses, o asteroide começará a desaparecer da vista da Terra, tornando-se visível novamente apenas em 2028. "Durante este período, a ESA irá coordenar as observações do asteroide com telescópios cada vez mais poderosos". Para isso, os cientistas vão utilizar o Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul, no Chile.

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