Como algoritmo anti-Meta do TikTok fez app virar inimigo dos EUA

(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts. Nesta semana, o assunto é: Meta de volta às origens; TikTok, o inimigo nº1; Zuckerberg e a briga contra o sono; O drible da China na IA)

O TikTok chegou a ficar fora do ar nos Estados Unidos por algumas horas no último domingo (19). Voltou ao ar após o presidente Donald Trump prometer adiar a proibição do aplicativo no país, promessa que ele cumpriu assim que assumiu a Casa Branca.

A novela sobre o incômodo dos EUA com o TikTok, porém, está longe de acabar. O banimento foi suspenso por 75 dias, caso a rede social não seja vendida para uma empresa norte-americana. É isso que prevê a lei elaborada pelo Congresso, assinada pelo presidente Joe Biden e avalizada pela Suprema Corte dos EUA.

Mas como um aplicativo famoso pelas dancinhas irritou todas as estruturas de poder do país mais poderoso do mundo?

Essa é uma plataforma que ganhou peso na vida não só dos norte-americanos, mas de todo mundo, por inovações que ela trouxe e que estavam passando ao largo de outras redes sociais mais tradicionais como Instagram, Facebook e Twitter
Helton Simões Gomes

Sem sucesso, muitas concorrentes surgiram para tentar superar as redes sociais norte-americanas, já consolidadas. A principal vantagem construída por essas plataformas era a interação promovida entre as pessoas por meio dos vários recursos tecnológicos. Expoentes dessa tendência são Facebook e Instagram, todos de propriedade da Meta.

O TikTok quebrou essa lógica e conectou as pessoas a conteúdos e não a outros usuários. Dessa forma, o TikTok se comporta como uma rede social anti-Meta.

Essa dinâmica de vídeos curtos criou uma nova forma de interação para as pessoas, o que foi posteriormente copiado pelo Zuckerberg, com o Reels
Diogo Cortiz

De cara, o TikTok virou um rival natural do Instagram. Mas, com novos usos dados pelos usuários à plataforma, o aplicativo virou um concorrente do Google. Seja porque muita gente já o usa para fazer pesquisa, seja porque os jovens habituados ao modelo de feed infinito do app dificilmente irão se acostumar à lógica do motor de buscas online.

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Agora com vídeos mais longos, o aplicativo chinês disputa a atenção de quem está YouTube.

Ou seja, é uma empresa chinesa que teve um sucesso assustador em pouco tempo e já rivaliza com praticamente todas as redes americanas
Diogo Cortiz

Em breve, o algoritmo do TikTok vai virar personagem principal do banimento da rede social dos EUA. A China incluiu esse tipo de software na lista de tecnologias que precisam de autorização do governo para serem exportadas a estrangeiros. Ou seja, a empresa que quiser comprar o TikTok vai precisar da autorização do governo chinês.

China dribla EUA e vira potência em IA usando chips norte-americanos

A China foi proibida pelos EUA de acessar os chips mais poderosos do mundo para desenvolver sistemas de inteligência artificial. No novo episódio de Deu Til, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz contam como o país driblou o embargo norte-americano para virar uma potência na IA. A história é repleta de ataques comerciais, revides e até muamba.

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Quem são os 'guerreiros da liberdade' de Trump que decidirão a vida da Meta?

As mudanças anunciadas recentemente por Mark Zuckerberg não vão apenas mudar o feed no Instagram e Facebook. Buscam também amaciar conservadores críticos à Meta, que ocuparão altos cargos da nova administração pública federal dos Estados Unidos.

Há dois nomes no primeiro escalão do governo Donald Trump, empossado nesta segunda (20), que terão papel decisivo na vida da Meta. O novo presidente chama os dois de "guerreiros da liberdade de expressão".

Zuckerberg sacrifica paz de usuário em briga que vê até sono como rival

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Posts e vídeos sobre política deixam as pessoas irritadas com a mesma intensidade em que geram curtidas, comentários e compartilhamentos. Zuckerberg sabe disso. Por isso, o CEO da Meta vai inundar Facebook, Instagram e Threads com conteúdos assim.

Em anúncio feito recentemente no Instagram, o magnata da tecnologia disse que esse é um movimento para retornar às origens da rede social.

Para além de agradar progressistas ou conservadores, o executivo quer mesmo é ganhar uma batalha que vê até o sono dos usuários como rival. É a briga pelo engajamento.

DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.

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