Brasileiro lidera expedição inédita em direção à Antártica

Um pesquisador brasileiro vai liderar a maior missão de circum-navegação científica à Antártica. A tarefa dele será observar os impactos das mudanças climáticas nas geleiras.

O explorador polar Jefferson Cardia Simões, pesquisador do Centro Polar e Climático (CPC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), vai coordenar uma equipe com outras 60 pessoas -27 brasileiras e o restante de países como Argentina, Chile, China, Índia, Peru e Rússia.

Essa expedição vai percorrer mais de 20 mil quilômetros para chegar o mais perto possível da costa do continente antártico e coletar dados atmosféricos, geofísicos e oceanográficos da região
Laura Marise, nunca Vi 1 Cientista

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A missão é inédita e vai também pesquisar a biodiversidade e poluição na Antártica. Uma das grandes questões nesse ramo de pesquisa é entender o quanto o gelo está derretendo no continente.

"Qualquer derretimento ou aumento da velocidade desse gelo para dentro do oceano tem implicações seríssimas, desde aumento do nível do mar e a diminuição da salinidade do oceano austral e isso tem implicações para a circulação atmosférica oceânica", explicou o pesquisador Jefferson Cardia Simões ao portal sul21.

Essa diminuição de salinidade pode afetar o habitat de diversas espécies locais.

É como se o derretimento da geleira diluísse o sal do mar
Laura Marise, Nunca Vi 1 Cientista

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Outro fenômeno que ocorre na região é a absorção do excesso de gás carbônico presente na atmosfera e emitido pela humanidade. Isso deixa a água do Oceano Antártico mais ácida e, por consequência, impacta a cadeia alimentar dos microrganismos.

Esse cenário das alterações climáticas tinha sido projetado pela comunidade científica só para daqui 10 ou 15 anos, mas já está acontecendo agora, então tem muita coisa em jogo e muito para ser estudado
Laura Marise, Nunca Vi 1 Cientista

A expedição vai partir do Porto do Rio Grande, no Rio Grande do Sul, e tem previsão de finalização em 25 de janeiro de 2025.

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