Golpe: idosa perde mais de R$ 200 mil ao liberar acesso remoto ao celular

Golpistas se passando por atendentes de banco conseguiram roubar R$ 207 mil reais de uma senhora de 71 anos. Uma operação realizada nesta quinta-feira (8) deteve cinco pessoas envolvidas no golpe, em Goiânia e no Distrito Federal.

A vítima que motivou a operação é uma senhora de 71 anos, que recebeu uma chamada dos golpistas, que se passavam por funcionários de banco. Para dar um ar de seriedade ao golpe, criminosos conseguiam emular o verdadeiro telefone do banco, que aparecia no visor do aparelho dela.

Na chamada, eles induziram a vítima a abrir o aplicativo do banco e, em seguida, acessar um programa de acesso remoto ao celular. A partir disso, eram efetivados saques, transferências e empréstimos, explodindo, todos os limites da vítima. De acordo com o delegado Erick Sallum, da PCDF, os bancos explorados não exigiam validação de senha para cada operação.

O prejuízo total da senhora foi de R$ 207 mil. A vítima ainda não conseguiu recuperar o prejuízo, pois seus bancos argumentaram que ela concedeu acesso ao celular aos criminosos.

As informações para encontrar vítimas, na maioria das vezes idosos, geralmente é obtida a partir de "painel de dados" - páginas web ilegais que reúnem dados vazados de diferentes fontes —, segundo o Sallum.

A Operação Shockwave foi deflagrada nesta manhã, com 4 mandados de busca no DF e um em Goiânia, numa operação do 9º DP do Distrito Federal e da Polícia Civil de Goiás. Além disso foram realizados o bloqueio de 7 contas bancárias, que eram usadas para espalhar o dinheiro roubado da vítima.

Os criminosos foram indicados por associação criminosa, fraude eletrônica e lavagem de dinheiro, com penas que somam mais de 15 anos.

Como evitar

Bancos nunca entram em contato solicitando a instalação de aplicativos ou enviam links para seus clientes sem que eles tenham pedido: na dúvida, entre você mesmo em contato com seu banco pelo número que fica atrás do seu cartão ou vá até uma agência.

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Não clique em links suspeitos: é sempre melhor entrar em sites oficiais e navegar por lá. Além disso, vale a pena verificar se o domínio do link é o mesmo da página oficial do site;

Não anote senhas no celular: não salve os códigos em arquivos e pastas, pois podem ser acessadas por invasores. Tente usar um gerenciador de senhas, que cria opções fortes e as preenche automaticamente nos diferentes serviços.

Varie as senhas entre os diferentes aplicativos: se você cair em algum golpe, o efeito será menos grave;

Atualize seus aplicativos: as atualizações devem vir de fontes oficiais, como lojas de aplicativo (como Play Store ou App Store), no caso de quem usa celular.

Instale aplicativos apenas de fontes oficiais: os fabricantes de sistema operacional possuem um rigoroso processo de verificação, aprovação e publicação de aplicativos nas lojas oficiais. As fraudes partem de links e outros apps;

Use a autenticação de dois fatores: configure a autenticação em duas etapas nos principais aplicativos, especialmente naqueles que envolvem dinheiro. Ao adicionar mais uma etapa, na hora do acesso, você precisa colocar a senha e, em seguida, confirmar no e-mail ou com SMS;

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Desconfie sempre: mesmo se o link vier do banco ou de um amigo, ligue para eles, procure explicações. E fique de olho em matérias como esta, que deixa você atualizado sobre o "golpe da vez".

O que devo fazer se cair no golpe

  • Se mesmo assim você cair no golpe, assim que perceber que algo está acontecendo no celular, como aplicativos abrindo sozinho, desconecte a internet e desligue o aparelho.
  • Esse primeiro passo pode atrasar a movimentação dos golpistas, mas ainda não é a solução final.
  • O próximo passo é passar um antivírus para limpar tudo. Aqui, é importante reforçar que o programa seja baixado da loja oficial de aplicativos. Não procure por opções duvidosas ou piratas!
  • Se, ainda assim, você não estiver se sentindo seguro, restaure o celular aos padrões de fábrica.
  • Tomadas essas medidas de emergência, é importante abrir um Boletim de Ocorrência (BO) e, se for o caso, contatar um advogado para ter orientações detalhadas de como proceder.

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