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Cometa verde está passando perto da Terra; veja fotos e como observar

Cometa C/2022 E3 (ZTF) em astrofotografia a partir de Weißenkirchen, Áustria - Michael Jäger
Cometa C/2022 E3 (ZTF) em astrofotografia a partir de Weißenkirchen, Áustria Imagem: Michael Jäger

Marcella Duarte

De Tilt, em São Paulo

13/01/2023 13h24

Ontem (12), um cometa que não nos visitava há 50 mil anos alcançou seu ponto mais próximo do Sol, a 166 milhões de quilômetros. Seguindo sua viagem pelo universo, ele está em direção à Terra, passando a "apenas" 42 milhões de quilômetros de nosso planeta no dia 2 de fevereiro.

Chamado C/2022 E3 (ZTF), o cometa está bem brilhante e esverdeado, após os gases de seu núcleo terem sido aquecidos pelo Sol, formando a bela cauda. Ele já pode ser visto com auxílio de telescópios e poderá até ser observado a olho nu de algumas partes do planeta nas próximas semanas.

Veja algumas das melhores imagens já registradas:

Cometa C/2022 E3 (ZTF) - Michael Jäger - Michael Jäger
Weißenkirchen, Áustria
Imagem: Michael Jäger

Cometa C/2022 E3 (ZTF) - Chris Schur - Chris Schur
Payson, Arizona (EUA)
Imagem: Chris Schur

Cometa C/2022 E3 (ZTF)  - John Chumack/GalacticImages.com - John Chumack/GalacticImages.com
Yellow Springs, Ohio (EUA)
Imagem: John Chumack/GalacticImages.com

Cometa C/2022 E3 (ZTF)  - Michael Jäger - Michael Jäger
Weißenkirchen, Austria
Imagem: Michael Jäger

Cometa C/2022 E3 (ZTF)  - Darshna Ladva - Darshna Ladva
Londres, Inglaterra
Imagem: Darshna Ladva

Por que é verde?

Nas imagens, chama a atenção seu brilho verde e a cauda longa e azulada.

Um cometa só fica assim quando se aproxima do Sol (longe dele, é apenas uma bola de gelo "sujo", com pedaços de rochas). Por aqui, o gelo de seu núcleo passa diretamente do estado sólido para o gasoso, liberando gases e poeira, que criam uma nuvem ao seu redor — chamada de coma ou 'cabeleira'.

Neste, devido a sua composição, ela é bem verde. A cor pouco comum possivelmente se deve à presença de carbono diatômico.

Quanto mais perto do Sol, estas partículas espalham-se por milhares de quilômetros, "sopradas" pelos ventos solares. Aí se forma a cauda — que desaparece quando o cometa distancia-se da nossa estrela. A do C/2022 E3 (ZTF) é azulada e tem aparência tripla.

Mas estes detalhes são vistos apenas com auxílio de telescópios e câmeras profissionais (astrofotografias). Provavelmente, a olho nu, ele parecerá uma estrela borrada, uma manchinha no céu.

Como ver?

Infelizmente para os brasileiros, o hemisfério Norte é privilegiado nesta observação, devido à posição do cometa no céu. No perigeu (aproximação máxima da Terra, em 2/2), ele aparecerá próximo à constelação da Girafa, que não é visível por aqui.

Mas, com o passar dos dias, ele (cada vez menos brilhante, se afastando) poderá ser visto ao norte, perto do horizonte, na região da constelação do Cocheiro (Auriga), em uma pequena janela de tempo entre o pôr do Sol e a meia-noite.

Quem quiser conferir onde ele está e sua movimentação ao passar do tempo, pode usar um aplicativo de astronomia, como Skywalk, Starchart, Sky Safari ou Stellarium. Para tentar ver, recomendamos o uso de binóculos.

Transmissões ao vivo

De qualquer forma, a tecnologia nos permitirá ver o C/2022 E3 (ZTF), de qualquer lugar, por meio de lives de alguns observatórios pelo mundo — como o The Virtual Telescope Project e o Real Pax.

O objeto errante foi descoberto em março de 2022, por um telescópio do Zwicky Transient Facility (ZTF — por isso seu nome), na Califórnia, Estados Unidos. Inicialmente, se acreditou tratar-se de um asteroide. Mas o aumento de seu brilho, ao ultrapassar a órbita de Júpiter, revelou que o C/2022 E3 (ZTF) tinha origem cometária.

É um pequeno corpo rochoso e gelado, de apenas 1 km de diâmetro, vindo das profundezas do Sistema Solar. Ele passou perto da Terra pela última vez há 50 mil anos, no final da Era do Gelo; as testemunhas foram nossos antepassados neandertais e os primeiros Homo sapiens.

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